Quinta-feira, 28 de março de 2024

FMI eleva projeção de crescimento do Brasil para 2,3% em 2018

Os números foram impulsionados pelo aumento do investimento e do consumo privado no país. Para 2017, no entanto, o fundo revisou para baixo o crescimento do país para 1%

Postado em: 17-04-2018 às 12h05
Por: Márcio Souza
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Os números foram impulsionados pelo aumento do investimento e do consumo privado no país. Para 2017, no entanto, o fundo revisou para baixo o crescimento do país para 1%

O
Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento do Brasil
para 2,3% em 2018 e 2,5% em 2019. As projeções fazem parte do relatório
Panorama da Economia Mundial, publicado hoje (17), e representam 0,4 ponto
percentual a mais do que as do último relatório, que havia sido publicado em
janeiro. Os números foram impulsionados pelo aumento do investimento e do
consumo privado no país. Para 2017, no entanto, o fundo revisou para baixo o
crescimento do país para 1%. O último relatório mostrava crescimento de 1,1%.

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Ao
comentar a recuperação dos gastos e do investimento no Brasil, o conselheiro
econômico e diretor do Departamento de Pesquisas do FMI, Maurice Obstfeld,
destacou que a recuperação econômica do Brasil superou as expectativas. ”
A dinâmica de crescimento aumentou para patamares maiores do que esperávamos.
Isso também foi ajudado pelo fato de que a inflação muito baixa no ano passado
abriu espaço para que o Banco Central baixasse as taxas de juros e apoiasse a
economia”, disse.

Inflação

O
relatório também destaca os patamares historicamente baixos da inflação brasileira
e o afrouxamento da política monetária no país, que favoreceu a retomada da
atividade econômica. Segundo o FMI, a inflação deve ficar na faixa de 3% a 4%
em 2018, mas pode subir no médio prazo à medida que os preços das commodities
(produtos primários) voltarem a subir. Ainda assim, deve ficar a taxas muito
abaixo da média da década passada.

O
fundo aponta que melhoras na política monetária parecem ter diminuído as
expectativas inflacionárias no Brasil e na Índia. Por outro lado, destaca que
em países como Argentina e Turquia, a inflação continua acima das metas dos
respectivos bancos centrais.

Comércio

Segundo
o FMI, o comércio global teve grande recuperação em 2017, depois de dois anos
de desempenho fraco, crescendo 4,9% em termos reais. A retomada foi mais
pronunciada em mercados emergentes e em economias em desenvolvimento, resultado
de mais investimento nas economias exportadoras de commodities e da recuperação
do investimento em economias avançadas e da demanda doméstica em geral.

No
Brasil, isso se refletiu na retomada das importações, depois de o país ter
vivido em 2015 e em 2016 a queda do preço de commodities. Segundo o FMI, as
recessões profundas nesses anos na Rússia e no Brasil tiveram origem nessa
queda e também em outros “problemas idiossincráticos”.

Gastos
públicos

O
Fundo afirma que reduzir barreiras tarifárias e não tarifárias ao comércio vai
ajudar a melhorar a eficiência e aumentar o crescimento da produtividade no
Brasil. Além disso, o documento avalia que aumentar a atratividade do programa
de concessões de infraestrutura do governo também pode ajudar a ampliar
investimentos privados e preencher lacunas de infraestrutura no país. O
relatório também destaca o papel de programas de transferência de renda no
Brasil e no México para a diminuição da desigualdade.

No
documento, o FMI diz que reformas como a da Previdência no Brasil são
prioridade para garantir que as despesas públicas estejam de acordo com a lei
que limita os gastos do governo e para a sustentabilidade fiscal de longo
prazo, mas afirma que incertezas políticas decorrentes de eleições podem
dificultar a implementação desse tipo de reforma. Além disso, o relatório
afirma que governança fraca e corrupção em larga escala também podem
comprometer a confiança e o apoio popular para reformas, o que prejudica a
atividade econômica.

Crescimento
global

Segundo
o FMI, o crescimento mundial subiu para 3,8% em 2017, sobretudo por causa da
retomada do comércio global. Essa retomada é consequência da recuperação do
investimento nas economias avançadas, do crescimento forte e contínuo nos
países emergentes da Ásia, da notável alta nos emergentes europeus e de sinais
de recuperação em muitas economias exportadores de commodities.

O
crescimento global deve chegar a 3,9% neste ano e no próximo, acima das
projeções do relatório de outubro do ano passado. Os países que mais
contribuíram para a aceleração foram os da zona do euro, o Japão, a China e os
Estados Unidos – todas economias que cresceram acima das suas expectativas no
último ano –, bem como os países exportadores de commodities.

 Com informações da Agência Brasil. 

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