Quinta-feira, 28 de março de 2024

Depósitos na poupança batem recorde em maio

A captação de recursos superou os saques em R$ 37,2 bilhões no mês em meio à pandemia do novo Coronavírus no país – Foto: Reprodução.

Postado em: 04-06-2020 às 17h35
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Depósitos na poupança batem recorde em maio
A captação de recursos superou os saques em R$ 37,2 bilhões no mês em meio à pandemia do novo Coronavírus no país – Foto: Reprodução.

Aplicação financeira mais
tradicional dos brasileiros, a caderneta de poupança voltou a atrair o
interesse dos brasileiros em meio à pandemia provocada pelo novo Coronavírus
(covid-19). No mês passado, os investidores depositaram R$ 37,2 bilhões a mais
do que retiraram da aplicação, informou nesta quinta-feira (4) o Banco Central.
Em maio do ano passado, os brasileiros tinham sacado R$ 718,7 milhões a mais do
que tinham depositado.

Essa foi a maior captação líquida
para todos os meses desde o início da série histórica, em 1995. Com o resultado
do mês passado, a poupança acumula entrada líquida de R$ 63,9 bilhões nos cinco
primeiros meses do ano.

A aplicação tinha começado o ano
no vermelho. Em janeiro e fevereiro, os brasileiros retiraram R$ 15,93 bilhões
a mais do que depositaram. A situação começou a mudar em março, com o início da
pandemia da covid-19, quando os depósitos superaram os saques em R$ 12,17
bilhões. Em abril, a poupança captou R$ 30,46 bilhões.

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A queda expressiva da bolsa de
valores e a instabilidade em outros investimentos, como títulos do Tesouro,
refletiram-se em maior volume de depósitos na poupança. Por causa da
turbulência no mercado financeiro, os títulos do Tesouro Direto têm registrado
oscilações nas taxas de juros.

Rendimento

Com rendimento de 70% da Taxa
Selic (juros básicos da economia), a poupança atraiu mais recursos mesmo com os
juros básicos em queda. Com a Selic no menor nível da história, o investimento
estava rendendo menos que a inflação no início do ano. No entanto, a
expectativa de que a inflação caia por causa da crise econômica provocada pelo
novo coronavírus pode fazer a aplicação terminar o ano com rendimento positivo.

Nos 12 meses terminados em maio,
a aplicação rendeu 3,35%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que serve como prévia da
inflação oficial, atingiu 1,96%. O IPCA cheio de maio será divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 10.

Para 2020, o Boletim Focus,
pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, prevê
inflação oficial de 1,55% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com
a atual fórmula de rendimento, a poupança está rendendo 2,1% em 2020,
considerando a redução da Selic para 3% ao ano.

Histórico

Até 2014, os brasileiros
depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações
líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015,
os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas,
em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram
sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques
superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017,
quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018, com
captação líquida de R$ 38,26 bilhões. Em 2019, a poupança registrou captação
líquida de R$ 13,23 bilhões. (Agência Brasil)

 

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