População desocupada atinge mais de 13 milhões de pessoas em outubro

Número é recorde da série da Pnad Covid-19 mensal do IBGE, representando 14,1% da população | Foto: reprodução/ABr

Postado em: 01-12-2020 às 12h50
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: População desocupada atinge mais de 13 milhões de pessoas em outubro
Número é recorde da série da Pnad Covid-19 mensal do IBGE, representando 14,1% da população | Foto: reprodução/ABr

A população desocupada atingiu 13
milhões 763 mil pessoas em outubro, o que significa alta de 2,1%, em relação ao
mês anterior e um recorde da série da Pnad Covid-19 mensal, elaborada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os dados
nesta terça-feira (1º). O resultado representa também crescimento de 35,9%
desde o início da pesquisa em maio. A taxa de desemprego subiu de 14,0% para
14,1%, o que também é a maior da série.

A força de trabalho cresceu 1,5%
na comparação com setembro e alcançou 97,9 milhões em outubro. Frente a maio a
elevação ficou em 3,6%. O número de pessoas fora da força de trabalho teve
redução de 1,9% e somou 72,7 milhões de pessoas em outubro. Com relação ao mês
de início da pesquisa a queda ficou em 3,5%.

O Amapá foi o estado onde houve a
maior proporção (9,2%) de pessoas ocupadas afastadas do trabalho por causa do
distanciamento social. De acordo com a pesquisa, 24 unidades da federação
tiveram recuo no percentual de pessoas ocupadas afastadas do trabalho pelo
mesmo motivo, em relação a setembro. Nas outras unidades da federação foi
registrada estabilidade.

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Entre os 4,7 milhões de
trabalhadores afastados do trabalho que tinham na semana de referência, 900 mil
ou 19,2% estavam sem a remuneração do trabalho. Em setembro o percentual era de
19,8%, e, segundo o IBGE, vem caindo “consistentemente ao longo da pandemia”. A
Região Sul teve o menor percentual (16,3%) e a Norte, o maior (26,8%).

A diferença entre o número de
horas habitualmente e efetivamente trabalhadas está diminuindo: o número médio
de horas habituais foi de 40 horas por semana, contra 35,7 horas efetivas.

Remoto

Em outubro, 94,4% da população
ocupada não estavam afastados do trabalho que tinham, contra 93,5% em setembro.
Entre os não afastados, os que trabalhavam de forma remota representavam 9,6%
ou 7,6 milhões de pessoas da população ocupada que não estava afastada. Em
setembro, eles eram 10,4% ou 8,1 milhões de pessoas.

Segundo o IBGE, “esta foi a
diminuição mais acentuada no quantitativo de pessoas trabalhando remotamente.
Em apenas um mês, o indicador teve redução de 477 mil pessoas, similar à queda
acumulada de maio a setembro (636 mil pessoas)”. A região que tinha o menor
percentual de pessoas ocupadas trabalhando remotamente (4,1%) foi a Norte e o
Sudeste, o maior (12,4%).

Informalidade

O número de trabalhadores
informais em outubro chegou a 29 milhões de pessoas ou 34,5% do total de
ocupados. O resultado também significa alta de 2,4% na quantidade de informais
em relação a setembro e um aumento de 0,3 p.p. na taxa de informalidade.

Auxílio

O Norte (58,4%) e o Nordeste
(56,9%), mais uma vez, foram as regiões com os maiores percentuais de
domicílios que receberam auxílio emergencial. Os cinco estados com os maiores
percentuais foram Amapá (68,6%); Pará (62,2%); Maranhão (61,4%), Alagoas
(60,3%) e Acre (59,6%).

Testes

A pesquisa apontou também que até
outubro, 25,7 milhões de pessoas ou 12,1% da população tinham feito algum teste
para saber se estavam infectadas pelo coronavírus. Até setembro esse número
estava em 21,9 milhões de pessoas ou 10,4% da população. Entre as pessoas que
fizeram os testes, 22,4% ou 5,7 milhões tiveram resultado positivo em outubro,
contra 22,1% ou 4,8 milhões em setembro.

Conforme o IBGE, praticamente não
houve diferença no percentual de homens (11,8%) e de mulheres (12,4%) que
fizeram algum teste. O maior percentual por grupos de idade foi entre as
pessoas de 30 a 59 anos de idade (16,5%). Em nível de escolaridade, o maior
percentual foi anotado entre as pessoas sem instrução ao fundamental
incompleto, 6,6% e, entre aqueles com superior completo ou pós-graduação,
25,0%.

Ainda em outubro, 47,4 milhões de
pessoas estavam com alguma das doenças crônicas pesquisadas. Isso corresponde a
22,4% da população. A mais frequente foi a hipertensão (13,3%). As outras foram
asma ou bronquite ou enfisema (5,4%); diabetes (5,3%); depressão (2,9%);
doenças do coração (2,6%) e câncer (1,0%). O percentual de pessoas com alguma
das doenças crônicas que testou positivo foi de 3,5%, percentual esse que vem
aumentando a cada mês da pesquisa (1,6% em julho, 2,5% em agosto e 3,0% em
setembro). (ABr)

 

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