PIB tem recuo de 4,1%, pior número desde 1990

É a 3ª maior queda da história, segundo dados do IBGE | Foto: reprodução

Postado em: 03-03-2021 às 16h00
Por: Carlos Nathan Sampaio
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É a 3ª maior queda da história, segundo dados do IBGE | Foto: reprodução

Da Redação

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta semana, a economia brasileira registrou, em 2020, um recuo recorde do PIB (Produto Interno Bruto) de 4,1%. Resultado da crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19, este se torna o maior recuo da série histórica com a metodologia atual, que começa em 1996, superando a retração de 3,5% registrada em 2015. 

Além disso, é o pior índice em 30 anos, já que em 1990 foi o ano do confisco das poupanças pelo governo Collor, que segue marcado com a maior retração econômica anual de que se tem registro, numa série histórica desde 1901, com retração de 4,35%. Já o segundo pior desempenho desde o século 20 foi registrado em 1981, em meio à crise da dívida externa, quando o tombo foi de 4,25%. 

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O instituto informou ainda que a recuperação do PIB que havia sido registrada no terceiro trimestre do ano passado perdeu força nos três últimos meses do ano. No quarto trimestre, houve crescimento de 3,2% em relação aos três meses anteriores, quando a expansão havia sido de 7,7%. Na comparação com o mesmo período de 2019, o PIB do período de outubro a dezembro caiu 1,1%. 

De acordo com reportagens da Folha de S.Paulo e Estadão, pesou no resultado anual de 2020 o segundo trimestre, auge das medidas de restrição ao contato social para tentar conter a covid-19, com tombo de 9,2% ante os três primeiros meses do ano. Entre abril e junho, a retração foi tão maior do que outras já verificadas na história, porque houve uma paralisação quase completa das atividades, a partir de meados de março do ano passado

Em outras crises – causadas por inflação, desequilíbrios nas contas externas ou bolhas financeiras, entre outras causas -, as empresas entram em dificuldade, suspendem investimentos e demitem funcionários, ou a renda das famílias é corroída, e elas consomem menos. Assim, lojas vendem menos, mas seguem vendendo. Indústrias veem a demanda cair e reduzem a produção, mas seguem produzindo.

Em 2020, a crise foi diferente. A pandemia fechou lojas, que não podiam receber clientes, e fábricas, que não podiam aglomerar trabalhadores. Vendas e produção foram para perto de zero ao mesmo tempo, provocando uma enorme queda na comparação com o PIB de períodos anteriores. 

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