Terça-feira, 19 de março de 2024

O comércio das plantas como fonte de renda

De um lado o negócio das hortaliças, do outro, o das flores. Ambos garantindo receita por meio da natureza | Foto: Douglas Oliveira

Postado em: 20-04-2021 às 09h10
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: O comércio das plantas como fonte de renda
De um lado o negócio das hortaliças, do outro, o das flores. Ambos garantindo receita por meio da natureza | Foto: Douglas Oliveira

Nathan Sampaio

São inúmeras as pesquisas que provam como o manuseio de
plantas pode ser algo satisfatório no dia a dia, ajudando às pessoas a lidarem
com diversos problemas como ansiedade, rotina, disciplina e até depressão.
Porém há também o mercado de quem vive pra isso. São pessoas que, para gerar
renda, escolheram ou tiveram a sua disposição, formas de trabalhar com flores e
horta, por exemplo.

É o caso da Eliete Maria de Oliveira, moradora da zona rural
de Orizona, município do sudeste de Goiás, que há 35 anos trabalha com hortas.
Ela contou à reportagem que este trabalho é feito desde que era adolescente, e
que aprendeu com o pai. “Comecei cedo, mas tinha os estudos e depois que
conclui tudo, ainda dei aula por oito anos. Neste meio tempo me casei e durante
um tempo trabalhei com meu marido Francisco com produção de leite, mas dava
muito trabalho, tirava liberdade e não compensava financeiramente”, contou ela
sobre o período que não trabalhou com a horta.

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Hoje, Eliete e o Marido, depois de decidirem trabalhar
somente com as hortaliças – e também algumas quitutes como bolos, biscoitos e
roscas – eles veem resultado até hoje. Vendem duas vezes por semana, nas feiras
da cidade, tudo o que cultivam. “São produtos orgânicos, e a demanda cresce
cada vez mais, por isso pretendo continuar até quando Deus me der saúde”,
reforça Eliete.

Para a produtora, são diversos os pontos pelos quais são
tantos anos trabalhando com horta e que a fazem continuar, dentre o citado
anteriormente que são por serem alimentos orgânicos e saudáveis, está o fato de
poder proporcionar isso às pessoas. “Tudo sem veneno”, lembra Eliete, que também
garante que o prazer em trabalhar com as hortas funciona como uma terapia. “Mexendo
na terra, com as plantas, esquecemos de tudo e focamos ali, uma sensação muito
boa”.

O trabalho com a horta, possibilitou a criação dos dois
filhos do casal, que hoje já são adultos. Eliete salientou, por fim, que este
tipo de trabalho é muito visado pelas pessoas como meta de vida: ter um pedaço
de terra e viver dele, mas ela orienta para quem investir nisso, que saiba que
não é fácil. “É um trabalho duro, mas recompensador. Plantar e ver aquilo dando
resultado, não é fácil, mas se feito com trabalho duro e amor, fica tudo
certo”.

Do outro lado do negócio das plantas, há também quem decidiu
pelo cultivo das flores, mais especificamente das orquídeas, plantas que
apresentam variadas formas, cores e tamanhos e existem em todos os continentes,
e que são muito usadas para decoração em todo mundo, principalmente no brasil.
Quem lida com esse tipo de trabalho é a Jéssica Domingos, formada em Fotografia
e Imagem, mas que decidiu cuidar do Orquidário Goiás, localizado no Jardim
América, em Goiânia.

Jéssica contou, quando entrevistada que o Orquidário tem
muita história e vai completar 14 anos agora em 2021. “Eu ajudei na sua
criação. Começamos como uma empresa de família, mas atualmente sou a única
responsável por ele”, disse ela.

O local hoje, possui uma rotatividade muito grande, segundo
Jessica, mas a média é de umas 300 espécies diferentes. “Às vezes nem todas
estão disponíveis para vendas pois muitas servem como matrizes para novos
cruzamentos ou são da nossa coleção particular, mas tentamos manter ao máximo o
maior número de variedade de espécies disponíveis. Já em quantidade de plantas
temos cerca de 3 mil exemplares, entre floridas, sem flores e mudas”, explicou.

Ainda de acordo com a empresária, ela sempre fui uma pessoa
muito ligada a natureza e gostava muito de plantas, por isso optou pelo ramo e
deu certo. “Meus pais já cultivavam orquídeas desde que eu era bem pequena,
então eu achava muito interessante todas aquelas espécies diferentes e
particularidades das orquídeas. Fui crescendo e só foi aumentando a vontade de
continuar convivendo nesse meio. Quando decidimos abrir o orquidário, não havia
outro em Goiânia, seria uma novidade bem interessante para a cidade já que aqui
possui tantas pessoas que cultivam orquídeas”, relatou, reforçando que até hoje
é um negócio que dá muito certo.

Hoje no orquidário Jéssica tem uma equipe de 5 pessoas e
também lembrou que, com a pandemia, foi preciso se readequar a muitas coisas,
como investir bastante em atendimento online e delivery. “Com os decretos e o
fechamento dos comércios, tivemos que trabalhar alguns meses apenas pelo Whatsapp,
montamos catálogos online de todas as nossas espécies e de produtos que
trabalhamos, tudo pra facilitar pro cliente escolher sem ter que sair de casa”,
atestou.

Apesar disso, ela percebeu que, com as pessoas mais em casa,
houve uma busca maior em decorar seu ambiente, ou seja, maior procura por
plantas e decorações, o que não prejudicou tanto o negócio. “Ouvimos muito de
clientes que cuidar de suas orquídeas na pandemia era uma forma de terapia.
Então percebemos que tínhamos que nos readequar ao momento para poder continuar
com nosso trabalho da melhor forma possível. Mas fizemos essa adequação de
forma bem rápida, claro que sempre apendendo e buscando novos conhecimentos na
área, mas conseguimos passar por fases ruins sem ter muitas perdas”, conclui Jéssica,
completando que, agora, tais estratégias com certeza irão ser mantidas no
orquidário de agora em diante. 

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