Terça-feira, 19 de março de 2024

Brasil adere à criação de combustíveis sustentáveis e de baixo carbono

Governo Federal aprovou programa de medidas para a elaboração de estudo para uso de produtos renováveis | Foto: Reprodução

Postado em: 22-04-2021 às 09h20
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Brasil adere à criação de combustíveis sustentáveis e de baixo carbono
Governo Federal aprovou programa de medidas para a elaboração de estudo para uso de produtos renováveis | Foto: Reprodução

Nielton Soares

O Governo Federal aprovou o “Programa Combustível do Futuro” de um plano para propor medidas de ampliação da utilização de combustíveis sustentáveis e de baixo carbono no País. O plano para o desenvolvimento de novos combustíveis foi aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em reunião na última terça-feira (20).

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que o programa traz diretrizes incluindo a coordenação interinstitucional e a integração de políticas públicas ligadas ao setor automotivo, o que inclui o Renovabio – Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel e o Rota 2030.

Continua após a publicidade

Por meio de nota, o ministério citou que o plano terá o intuito de incentivar empresas do setor de óleo e gás, investindo em pesquisa e desenvolvimento relacionados ao programa, que deve “proporcionará o aumento na utilização de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono, incentivando o desenvolvimento de tecnologia veicular nacional, tornando a nossa matriz de transporte mais limpa e sustentável”.

Nesse contexto, o governo incluiu também medidas que introduzem o bioquerosene de aviação na matriz de transporte. Além disso, há estudos incluindo o setor marítimo. “O Programa proporá medidas para o desenvolvimento de todo o arcabouço legal e regulatório, hoje inexistente, para a tecnologia de captura e armazenagem de gás carbônico,” cita o comunicado.

O Conselho Nacional, em conjunto, aprovou ainda a criação do Comitê Técnico do Combustível do Futuro, que será coordenado pelo MME. Agora, o colegiado deverá propor metodologias de avaliação do ciclo de vida completo dos combustíveis. Assim também, de ações para informar o cidadão acerca da escolha do veículo em relação aos aspectos de eficiência energética e ambiental.

Outra medida aprovada pelo governo foi a elaboração de instruções para o Programa Nacional do Hidrogênio. O prazo para isso é de até 60 dias. De acordo com a decisão do CNPE, o trabalho para o plano deverá ser feito em parceria com os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Desenvolvimento Regional. Na proposta, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) também deve apoiar a elaboração das medidas para o programa.

As normas de segurança, regulação e estrutura, permitindo competitividade para o uso do hidrogênio em grande escala, devem ser previstas pelo MME. A pasta deve ficar responsável também por desenvolver a infraestrutura de produção, armazenamento, transporte e distribuição do hidrogênio. Tanto pela oferta quanto pela inserção do energético na matriz de consumo em setores como transporte, siderurgia e de fertilizantes.

“No aspecto tecnológico, há inúmeros desafios a serem superados, embora sua produção e utilização já seja realidade em alguns nichos. O armazenamento do hidrogênio é um deles, pois exige elevadas pressões para armazenamento no estado gasoso, ou criogenia para armazenamento no estado líquido”, descreve a nota do ministério.

Crise do petróleo 

Nos últimos anos, a utilização de combustíveis derivados do petróleo entrou em crise e tem sofrido aumentos nos preços constantemente. Nesse caso, a gasolina, desenvolvida com esses insumos não renováveis, é a que mais vem sofrendo com muita demanda e pouca oferta. No Brasil, o produto e o diesel, apenas neste ano, já tiveram inúmeros reajustes. A última alta foi na sexta-feira (16), com a gasolina aumentando 1,9% e 3,7%.

As muitas altas, influenciadas também pela cotação internacional, custaram o cargo do presidente Roberto Castello Branco, na Petrobrás. O aumento dos preços dos combustíveis, na semana passada, foi o primeiro sobre a nova gestão da estatal.

 Segundo a Petrobras, os vários reajustes “são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita à companhia competir de maneira mais eficiente e flexível e evita o repasse imediato da volatilidade externa para os preços internos”. (Especial para O Hoje)

Veja Também