Não deu certo para o Grêmio

Faltou Renato Gaúcho dentro das quatro linhas, em Abu Dhabi. Se o treinador do tricolor estivesse em campo, talvez a partida deste sábado (16) tivesse tomado outro rumo

Postado em: 16-12-2017 às 18h25
Por: Márcio Souza
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Faltou Renato Gaúcho dentro das quatro linhas, em Abu Dhabi. Se o treinador do tricolor estivesse em campo, talvez a partida deste sábado (16) tivesse tomado outro rumo

Marcus Vinícius Beck* 

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Faltou Renato Gaúcho dentro das
quatro linhas, em Abu Dhabi. Se o treinador do tricolor estivesse em campo,
talvez a partida deste sábado (16) tivesse tomado outro rumo. Mas os gremistas
podem se vangloriar ao menos de saírem vencedores no quesito fanatismo
clubístico. A silenciosa torcida madrileña, que possui inúmeros simpatizantes
pelo mundo, mas pouquíssimos torcedores, não conseguiu conter o ímpeto de
vários “energúmenos” gremistas – com a devida licença ao escritor colombiano
Gabriel Garcia Márquez – e esboçou um cântico aqui, outro acolá. Totalmente
burocrático e sonolento, os gringos.

Eleito cinco vezes o melhor
jogador do mundo, o português Cristiano Ronaldo marcou o gol da vitória do Real
Madrid, de falta, no segundo tempo da partida, o que praticamente selou
quaisquer expectativas por parte dos gremistas. Contudo, o melhor jogador do
mundo não chegou a ser nem a sombra do que fora na decisão da Liga dos Campeões,
em maio. Com o título mundial, todavia, a equipe espanhola tornou-se a maior
vitoriosa da competição ao longo de toda a história. A segunda colocação
pertence aos italianos do Milan, que possuem quatro troféus.

Em contrapartida, o Grêmio não
conseguiu assegurar o bicampeonato mundial, tampouco Renato Gaúcho entrar para
a história como campeão do mundo dentro e fora das quatro linhas – ele venceu a
antiga versão da competição no ano de 1983, sendo inclusive protagonista da
conquista naquela ocasião. Para fechar com chave de ouro, a Espanha chegou à
sua décima decisão de mundial interclubes e empatou com o Brasil no aspecto de
países que mais disputaram a finalíssima do torneio.

O jogo

Um ótimo passatempo para curar a
ressaca, caso você não seja gremista. Ou uma indispensável oportunidade para
secar os comandados de Renight, ou Renato Gaúcho, caso você seja colorado –
afinal, o grande barato do futebol é torcedor contra o rival. Esse era o clima
antes da peleja começar. Uns diziam com entusiasmo que o Grêmio bateria
tranquilamente no Real Madrid. Outros, por exemplo, vibravam, discorrendo sobre
a capacidade da equipe Marcelo e companhia.

Mas bastou o assoprador de apito
assinalar o início da partida para se constatar que o Real Madrid não iria
deixar o Grêmio jogar. Embora a equipe gaúcha tenha lutado para marcar no campo
do adversário, do outro lado havia definitivamente uma seleção, o que reduziu
as possibilidades de triunfo do Grêmio. Aos 5 minutos, o zagueiro Geromel deu
uma pancada em Cristino Ronaldo, levando o astro português ao chão, com a mão
na ‘batata da perna’.

Agora, as cobranças de escanteio
foram responsáveis por inúmeras palpitações nos corações gremistas. Em pelo
menos duas chances, o zagueiro espanhol Sérgio Ramos arrancou suspiros de
alívio dos torcedores gremistas, já que as cabeçadas foram todas para fora. Aos
23, o meia Modrid bateu à esquerda do arqueiro Marcelo Grohe, por pouco não
inaugurando o marcador.

Aliás, do lado brasileiro as
coisas não estavam muito boas. Isso porque o Grêmio levou perigoso para a meta
madrilena apenas no final do primeiro tempo, com cobrança de falta de Edílson,
que chegou a balançar a rede do lado de fora. Foi praticamente tudo o que
tentou o escrete gremista durante 90 minutos.

No segundo tempo, aos 7 minutos,
Cristiano Ronaldo bateu falta com força, e a bola passou entre Barrios e Luan –
cujo nome era falado pelo narrador apenas quando este errava algum passe ou
prendia a bola desnecessariamente no meio de campo – e morreu no fundo das
redes do arqueiro brasileiro.

Travado e intimidado pelo elenco
repleto de estrelas dos espanhóis, o Grêmio não levou perigoso algum ao gol do
Real. E deu adeus elegantemente ao sonho de conquistar o bicampeonato mundial.
Fica para a próxima. 

(Marcus Vinícius
Beck
é estagiário do jornal O
Hoje) – Foto: Reuters/Amr
Abdallah Dalsh 

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