Advogados falam sobre situação salarial de Atlético, Goiás e Vila Nova

Os principais clubes do estado ainda não entraram em acordo com o sindicato dos atletas - Foto: Afonso Cardoso

Postado em: 31-03-2020 às 17h30
Por: Luiz Felipe
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Os principais clubes do estado ainda não entraram em acordo com o sindicato dos atletas - Foto: Afonso Cardoso

Luiz Felipe Mendes

No momento, é difícil mensurar
o total prejuízo vivido pelos clubes de futebol em meio a quarentena por causa
do Covid-19. Com a suspensão de patrocínios e alterações em contratos dos
atletas, os times tentam se virar para arcar com as contas sem a arrecadação
necessária. Para resolver essa problemática, as principais equipes goianas –
Atlético, Goiás e Vila Nova – buscam uma solução conjunta a respeito dos salários dos jogadores.

No início da semana, os três
clubes fizeram uma proposta ao Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de
Goiás (SINAPEGO) de redução salarial dos atletas no percentual de 50%. Porém,
ela não foi acatada. “Ainda não houve nenhum acordo, mas já houve uma proposta
inicial que foi negada. Esse problema da pandemia não foi causada pelos clubes
e nem pelos atletas, por isso esperamos um acordo ou uma medida governamental
ou da justiça trabalhista para a sobrevivência do futebol brasileiro”, comentou
Marco Antônio, advogado do Atlético Goianiense.

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O diretor jurídico do Vila
Nova, Maurilho Teixeira, contou detalhes sobre a conversa com os representantes
do SINAPEGO. “O sindicato recusou esta proposta. Os três clubes se reuniram,
desta vez em uma videoconferência, e fomos discutir essa recusa. Marcamos para
hoje (31) uma videoconferência com a presença do sindicato. No entanto, o
presidente (Marçal Filho) se recusou, alegando não ter nenhuma proposta a fazer
em relação a salários, para nossa desagradável surpresa”, explicou.

O advogado esmeraldino Dyogo
Crosara fez coro aos dois companheiros de profissão e já pensa nos próximos
passos. “O Goiás estava tentando resolver isto via sindicato, não estamos tendo
evolução neste tema junto ao sindicato. Agora, a gente deve partir para
conversar com jogadores que não foram sequer contatados”, afirmou.

A atitude de falar diretamente
com os atletas ou os empresários dos mesmos é algo também ecoado por Maurilho,
o qual diz que foi estabelecido um período de 48 horas (até a noite desta
quarta-feira) para resolver o entrave com o sindicato. Caso contrário, a
diretoria colorada se reunirá com os jogadores e conversará caso a caso. “Muitos
estão pensando o seguinte: melhor reduzir o salário do que não receber nada. O
clube não tem condição de pagar o salário cheio deles, porque os patrocinadores
e investidores estão pedindo para suspender os contratos, a televisão, não tem
renda dos jogos… o clube vai tirar de onde? Não temos como fabricar dinheiro”,
justificou.

Marco Antônio também utilizou
palavras semelhantes para se referir ao Dragão. “A proposta de redução de
salários foi por motivo do clube perder praticamente todos os patrocinadores e
também porque não está havendo jogos e treinamento. Isso aconteceu com todos os
clubes brasileiros”, esclareceu.

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