Menos de 40% dos bebês se alimentam só com o leite da mãe

Aleitamento materno oferece benefícios não somente ao bebê, mas também para as mamães

Postado em: 03-08-2017 às 14h20
Por: Márcio Souza
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Aleitamento materno oferece benefícios não somente ao bebê, mas também para as mamães

Márcio Souza

A amamentação é um dos momentos mais importantes nos
primeiros contatos da mãe com o filho. O leite humano é o alimento
essencial para o desenvolvimento do bebê.  

A médica pediatra, Simone Ramos, coordenadora do departamento de
Aleitamento Materno da Sociedade Goiana de Pediatria,
destaca
que o leite materno diminui o número de doenças em crianças que foram
amamentadas exclusivamente até os seis primeiros meses e como complemento até
os dois anos de idade. “A criança que amamenta tem menos chances de contrair
doenças infecciosas, como diarreia, alergias, bronquites, além de melhorar o vínculo
afetivo do bebê com a mãe”, afirma.

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Segundo Simone, o ato de amamentar é saudável e traz
benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Somente 38,6% dos bebês brasileiros
se alimentam só com o leite da mãe nos primeiros cinco meses de vida, segundo
um relatório Organização Mundial da Saúde divulgado nesta terça-feira (1º). A
taxa é considerada abaixo do ideal, mas regular em relação a outros países pela
OMS – a média mundial de amamentação nos primeiros seis meses de vida fica em
torno de 20% a 40% (a diferença no número de meses se deve ao fato de os dados
disponíveis não serem padronizados).

Angélica Morais, de 22 anos, é mãe de primeira viagem e
amamenta o filho Gustavo, de três meses, desde que nasceu. “Eu gosto de
amamentar. No começo meu peito doía muito. Hoje não mais. Acredito que a
amamentação cria um laço forte entre a mãe e o bebê. Meu filho mama muito. Eu
tenho muito leite. Gustavo está bem gordinho”, conta. Ketli Santos, de 19 anos,
já é mãe do Gabriel de 4 anos e está grávida de sete meses. “Eu amamentei bem
pouco o Gabriel. Foram apenas dois meses. O meu leite secou. Dizem que o leite
materno é importante, né?. Agora, grávida da Nicolly, espero poder amamentar
durante muito tempo”, diz.

A nutricionista Viviane Rocha ressalta que o leite materno
possui um importante papel em relação a imunidade. De acordo com ela, a
substância contém células de defesa que agem como anticorpos contra fatores
infecciosos, protegendo o organismo do bebê. “O leite humano contém
enzimas já conhecidas pelo organismo do recém-nascido, diferente das fórmulas industrializadas,
e o próprio leite de vaca que podem se tornar fatores alergênicos”, afirma.

Viviane explica que é necessário que a mãe contribua com
alimentação adequada e equilibrada tanto para ela quanto para a criança, além do
ato de amamentar contribuir para a perda gradativa do peso ganho da gestação. A
nutricionista lista algumas orientações para as mães: “Não faça nenhuma
dieta para emagrecer nos primeiros quatro meses, neste período de amamentação
exclusiva, pois a restrição alimentar atrapalha a qualidade do seu leite e o
desenvolvimento do seu bebê; Beba bastante líquido (água e sucos), de dois a
três litros por dia; Não permaneça  por muitas horas sem se alimentar para
não sentir ‘fraqueza’ ao amamentar; Prefira alimentos integrais (arroz
integral, pão integral, macarrão integral, aveia , linhaça); Consuma frutas de
preferência com a casca; Bebidas alcoólicas ficam proibidas”, orienta.

Com o intuito de conscientizar, proteger e apoiar o
aleitamento materno, a Sociedade Goiana de Pediatria (SGP) promove no próximo
sábado (5), o evento referente à Semana Mundial de Aleitamento Materno. A
programação faz parte do projeto ‘Agosto Dourado’, que integra o calendário oficial
do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de
garantir maior visibilidade à importância da amamentação.  

O evento acontece no Passeio das Águas Shopping, das 10h às
22h. A programação conta com palestras, simulações e trocas de experiências
entre os participantes. Médicos também aproveitarão o espaço para abordar
outros temas relevantes relacionados à maternidade. A entrada é gratuita.  

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