Calvície também atinge as mulheres

De acordo com a Sociedade Brasileira do Cabelo, 50% das mulheres reclamam de queda de cabelo, sendo que 5% desenvolvem a perda aguda dos fios

Postado em: 26-10-2017 às 08h55
Por: Kamilla Lemes
Imagem Ilustrando a Notícia: Calvície também atinge as mulheres
De acordo com a Sociedade Brasileira do Cabelo, 50% das mulheres reclamam de queda de cabelo, sendo que 5% desenvolvem a perda aguda dos fios

Muito conhecida em
homens, a calvície também é motivo de preocupação para a vaidade feminina.
Dados da Academia Americana de Dermatologia (AAD) apontam que a alopecia,
caracterizada pela redução total ou parcial de cabelos em determinada região da
cabeça, atinge mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, sendo que, mais
de 100 milhões são mulheres. 

De acordo com
o cirurgião plástico e especialista em transplantes capilares, Rogério Matoso,
da 
Clínica Bruno Vargas, o ser humano perde de
60 a 100 fios de cabelo diariamente. Porém, isso não é motivo para desespero,
já que a reposição ocorre naturalmente ao longo do tempo. “Apesar de o número
assustar, ele está dentro da normalidade e justifica a quantidade de
cabelo que se encontra no ralo do banheiro, travesseiro, escova ou até mesmo
caído nas roupas”. Mas, o médico pondera que é preciso observar quando os fios
estiverem caindo em maior quantidade.

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O cirurgião
explica que a causa mais comum de calvície é de origem genética (alopécia
androgenética), porém em alguns casos “devem-se investigar disfunções
hormonais, principalmente se ocorrem em mulheres, associadas ao quadro de
irregularidade menstrual, acne, crescimento de pelos corporais e sobrepeso”. 
Ele cita outros distúrbios frequentes que provocam a queda dos fios. “Eflúvio
telógeno, que é a queda acentuada dos fios por disfunções hormonais,
deficiências nutricionais, pós-parto, pós-doenças infecciosas ou febris e
durante o uso de determinados medicamentos, dentre outros fatores”, pontua.

Há ainda a
alopecia areata, que provoca queda dos fios em alguns pontos localizados e
específicos do couro cabeludo; alopecia frontal fibrosante, que faz com que os
fios da parte da frente da cabeça caiam, podendo ocorrer acometimento das
sobrancelhas e, em alguns casos, dos pelos dos braços e pernas, além de líquen
plano, doença inflamatória crônica, que, entre outros sintomas, também pode
levar à queda dos cabelos.

Existem
medicamentos que retardam os efeitos da calvície, com ações hormonais e, além
disso, podem ser feitos procedimentos cirúrgicos. “As técnicas FUT (Follicular Unit Transplantation)
FUE (Follicular
Unit Extraction)
 são as principais formas de transplante
capilar. Na primeira delas, extraem-se fios de uma faixa de couro cabeludo e
implanta-se na área atingida pela calvície; já na segunda, o implante é fio a
fio”, descreve Matoso.

 

Prevenção

A médica e
tricologista Patrícia Lima, também da Clínica Bruno Vargas, explica que, no
caso da calvície, boa qualidade de vida e alimentação equilibrada podem ajudar,
mas a prevenção é realmente difícil em casos influenciados pela herança
genética. “Há tratamentos diferentes para cada caso e a recomendação é procurar
um profissional qualificado para detectar a doença e fazer o tratamento
adequado, como um transplante de cabelo, por exemplo”.

 

Diagnóstico

Ela ressalta
que, caso haja um aumento visível na queda dos fios, é importante procurar um
especialista, para que ele possa fazer a tricoscopia digital – exame que
avalia, com ajuda de aparelhos, o couro cabeludo e o aspecto dos fios. Além
disso, são investigadas várias causas a partir de exames de sangue.  Dessa
forma, é possível fazer um diagnóstico correto e definir o tratamento mais
adequado para o caso em questão. “Quanto antes for iniciado o acompanhamento,
melhores os resultados”. 

 

No
Brasil

Segundo a
Sociedade Brasileira do Cabelo, 50% das mulheres têm alguma queixa relacionada
à queda de cabelos. E a calvície propriamente dita, que é a
diminuição aguda dos fios, acomete 5% da população feminina. Patrícia Lima
revela que só este ano houve um aumento de 40% no número de mulheres que
iniciaram tratamentos na clínica Bruno Vargas, em comparação com 2016. “A
elevação dos níveis de estresse e ansiedade da população de forma geral também
podem gerar mais perda de cabelos e, consequentemente, contribuem para o
aumento da procura pelo tratamento”, revela.

A
especialista explica que, quando se fala em calvície, imagina-se uma pessoa
completamente calva. Mas, no caso das mulheres, na maior parte das vezes, o que
ocorre é que os fios se tornam muito ralos e é incomum que elas cheguem a ficar
totalmente carecas. O afinamento dos fios ou miniaturização caracteriza o
primeiro sinal da calvície, seguido pela redução da fase anágena (fase em que o
fio permanece em crescimento no couro cabeludo). A evolução é lenta e a
rarefação do couro cabeludo começa a ser notada de forma progressiva e difusa,
poupando, em geral, apenas a linha da franja. “A mulher começa a notar mais a pele
do couro cabeludo ou a queima-lo após exposição solar”, conta a médica. O
quadro pode se iniciar na adolescência, mas, muitos casos têm início após a
menopausa. 

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