Força feminina se destaca no mercado

Características como multitarefa, detalhista e sensibilidade são pontos positivos na escolha por mão de obra feminina em áreas prioritariamente ocupadas por homens

Postado em: 02-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Características como multitarefa, detalhista e sensibilidade são pontos positivos na escolha por mão de obra feminina em áreas prioritariamente ocupadas por homens

Mayone Mello*

Ser multitarefa, detalhista e ter sensibilidade para adaptação em períodos de aprendizagem e formação são algumas características que colocam as mulheres em situação de vantagem em funções que até recentemente eram ocupadas prioritariamente por homens. E a estranheza aumenta quando essas atividades requerem emprego de força e disposição para trabalhos pesados.

­Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que atualmente mais 40% da população economicamente ativa (PEA) é representado pelo sexo feminino. De acordo com a pesquisadora Ana Amélia Camarano a tendência de aumento desse percentual. “A mulher não vai voltar para casa”, relata.

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É o caso do ingresso de mão de obra feminina em indústrias como a metalurgia. Localizada em Trindade, na Grande Goiânia, a Dimensão Máquinas e Equipamentos é uma dessas empresas que fogem do tradicional. No mercado desde 1999, emprega mulheres em 100% do quadro de funcionários.

Para o proprietário da empresa, Francisco Luciano Alves de Jesus, de 41 anos, não é questão de dar oportunidade, mas reconhecer a capacidade delas. “Eu não escolhi trabalhar apenas com mulheres, mas, ao longo do tempo, me convenceram da sua capacidade técnica. Digo isso por integrarmos uma área tradicionalmente machista”, relatou.

Quanto às perspectivas de crescimento e novas contratações, Francisco é enfático ao dizer que serão do sexo feminino. “Atualmente temos sete colaboradoras e esperamos em breve, com a retomada do crescimento da economia brasileira, agregar mais funcionárias ao nosso quadro”, disse. Entre as vagas disponibilizadas algumas são para regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com oportunidades também para menor aprendiz e estágio.

O proprietário afirma que, além de práticas de incentivo ao melhoramento da qualidade do trabalho, as funcionárias são estimuladas a exercerem atividades de formação, como cursos superiores. “Várias de nossas colaboradoras já estão fazendo ou concluíram uma faculdade, em cursos como administração, engenharia mecânica, pedagogia, terapia ocupacional, enfermagem, entre outros”, afirma.

Agilidade é o diferencial

“O trabalho pode ser pesado, mas elas não têm medo de encarar de frente e superar os homens na execução”, afirma Francisco. Segundo o empresário, tudo começou quando ele precisou de apoio na produção para dar conta dos pedidos e solicitou ajuda à sua secretária que, na época, gostou muito do trabalho. De lá para cá a empresa cresceu e Francisco só contratou mulheres para a linha de produção.

E complementa: “enquanto três homens demoravam 45 dias para produzir um equipamento, o mesmo número de mulheres fazia o serviço em metade do tempo. No ano, eles produziam a média de oito peças e elas, 16. Com os homens, tinha dificuldade para dividir tarefas porque eles eram mais orgulhosos. Já as mulheres trabalham melhor em equipe, o que possibilitou o aumento no quadro de funcionários e, consequentemente, a produtividade”, finaliza. (Mayone Mello especial para O Hoje) 

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