ONU Mulheres usa internet para combater feminicídio na América Latina e Caribe

Para chamar a atenção para o tema, a ONU Mulheres desenvolve, durante todo o dia de hoje (7), ações nas redes sociais, a partir do Brasil e demais países da América Latina e Caribe

Postado em: 07-12-2017 às 16h00
Por: Lucas de Godoi
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Para chamar a atenção para o tema, a ONU Mulheres desenvolve, durante todo o dia de hoje (7), ações nas redes sociais, a partir do Brasil e demais países da América Latina e Caribe

Em todo o mundo, ao menos uma em cada três mulheres com mais
de 15 anos já foi alvo de violência sexual, segundo dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS), de 2013. A situação é ainda mais preocupante na América
Latina e Caribe, onde, de acordo com o secretariado da Organização das Nações
Unidas (ONU) dedicado a promover a igualdade de gênero e o empoderamento
feminino, a ONU Mulheres, estão 14 dos 25 países com as maiores taxas de
assassinatos de mulheres por razões de gênero. No Brasil, segundo o Mapa da
Violência Sobre Homicídios de Mulheres, divulgado em 2015, mais de 106 mil
mulheres foram assassinadas em todo o país.

Para chamar a atenção para o tema, a ONU Mulheres
desenvolve, durante todo o dia de hoje (7), ações nas redes sociais, a partir
do Brasil e demais países da América Latina e Caribe. A iniciativa faz parte
dos chamados Dezesseis Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as
Mulheres, campanha mundial que o órgão faz anualmente para conscientizar a
população sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres em
todo o mundo.

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“Estamos fazendo um
chamado de urgência aos Estados, às instituições públicas e privadas e à
sociedade em geral para nos unirmos e acabar com o assassinato de mulheres em
função de gênero na América Latina e Caribe. É um chamamento em prol da mudança
de práticas pessoais, institucionais e de Estado”, disse à Agência Brasil a
representante do escritório da ONU Mulher no Brasil, Nadine Gasman.

De acordo com a representante, a violência contra as
mulheres reflete uma cultura machista que desvaloriza a população feminina e
está entre as mais frequentes violações aos direitos humanos, associando-se à
falta de segurança pública e ao sentimento de impunidade. Para Nadine, as
várias instâncias da sociedade podem contribuir efetivamente para a superação
do quadro atual.

“As pessoas, principalmente aqueles homens envolvidos em um
relacionamento abusivo, precisam compreender que há muitas formas de resolver
problemas e que a violência não é uma delas. E todos devemos refletir sobre
como agimos em relação a outras pessoas, em particular em relação às mulheres”,
disse Nadine.

Para a representante, o Estado e as instituições públicas
devem se empenhar em mudar a cultura machista e violenta e criar mecanismos
para, além de proteger os direitos de meninas e mulheres latino-americanas e
caribenhas, garantir a punição dos criminosos. Nadine também destacou a
importância de leis como a brasileira Lei Maria da Penha, sancionada em 2006
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e modificada
recentemente.

“É importantíssimo por fim à impunidade. Principalmente
porque, na maioria dos casos de feminicídio, o autor do crime é alguém próximo
da vítima. Punir os criminosos é uma forma de o Estado dar a mensagem clara e
inequívoca de que a violência contra as mulheres não é aceitável. Isso acaba
tendo um caráter preventivo”, ponderou Nadine, pontuando que a iniciativa
privada também pode colaborar. “As empresas podem contribuir instituindo
mecanismos que coíbam o assédio e a violência contra as mulheres. É importante
as funcionárias receberem apoio e terem onde pedir ajuda, mesmo quando
violentadas fora do ambiente de trabalho.”

(Agência Brasil)

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