No mundo, 200 milhões de mulheres sofrem consequências de mutilação genital

A mutilação genital feminina ainda é realizada em alguns países africanos, asiáticos e do Oriente Médio. Estima-se que cerca de 44 milhões de garotas de até 15 anos convivem com o problema

Postado em: 29-01-2018 às 13h50
Por: Márcio Souza
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A mutilação genital feminina ainda é realizada em alguns países africanos, asiáticos e do Oriente Médio. Estima-se que cerca de 44 milhões de garotas de até 15 anos convivem com o problema

No mundo todo, estima-se que pelo
menos 200 milhões de meninas e mulheres convivem com as terríveis consequências
de mutilação genital feminina (MGF), de acordo com as Nações Unidas. Entre os
problemas acarretados pela prática, estão os sangramentos graves e problemas de
saúde, incluindo cistos, infecções, infertilidade e complicações no parto.

A MGF é uma das violações mais
brutais dos direitos humanos das mulheres e consiste na remoção parcial ou
total dos órgãos genitais externos femininos (clitóris, pequenos e grandes
lábios) e é feita com maior frequência em meninas entre os cinco e oito anos,
muitas vezes em condições de higiene deploráveis. A prática não tem benefícios
médicos e as lesões físicas e psíquicas são graves e permanentes.

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A mutilação genital feminina
ainda é realizada em alguns países africanos, asiáticos e do Oriente Médio.
Estima-se que cerca de 44 milhões de garotas de até 15 anos convivem com o
problema. Os países com índices mais altos de meninas mutiladas são Gâmbia
(56%), Mauritânia (54%) e Indonésia (50%).

Os países com maiores índices de
MGF de mulheres entre 15 e 49 anos são a Somália (98%), a Guiné (97%) e o
Djibouti (93%).

Entre os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável está o fim das MGF até 2030. A meta visa eliminar
todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de crianças
e mutilações genitais femininas.

União Europeia

Na União Europeia, a MGF é crime
mas nem todas as jovens de comunidades imigrantes estão seguras. Cerca de 500
mil mulheres em toda a Europa foram submetidas e mais 180 mil mulheres e
meninas encontram-se em risco todos os anos.

“A cultura, os costumes, a
religião, a tradição ou a chamada “honra” não justificam nenhum ato
de violência contra as mulheres”, disse a presidente da Comissão dos
Direitos da Mulher e da Igualdade de Gênero, do Parlamento Europeu, Vilija
Blinkevi i t .

No dia 6 de fevereiro é lembrado
o Dia Internacional da Tolerância Zero Contra a Mutilação Genital Feminina e os
deputados do Parlamento Europeu voltaram a apelar para a erradicação da prática
e solicitaram à Comissão Europeia que apresente as iniciativas realizadas até
ao momento.

O Parlamento Europeu pede ainda
financiamento mais flexível para organizações que trabalham com a questão e
mais formação para as pessoas envolvidas na proteção dos requerentes de asilo
por motivos de mutilação genital feminina. A entidade tem também pedido aos
Estados-Membros da União Européia para serem mais vigilantes na detecção,
investigação e julgamento dos casos de MGF. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução 

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