Parto humanizado faz parte das ações para diminuir cesáreas

Número de partos normais na rede pública chegou a 58%, contra 41% de cesarianas, percentual que ainda é considerado alto

Postado em: 14-03-2018 às 15h41
Por: Lucas de Godoi
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Número de partos normais na rede pública chegou a 58%, contra 41% de cesarianas, percentual que ainda é considerado alto

O Ministério da Saúde anunciou no dia 7 de março a criação de sistema online que, a partir do dia 19 de março, vai monitorar a quantidade de cesarianas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. A intenção é diminuir a realização desse tipo de parto quando desnecessário. 

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em percentual de
cesarianas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) – o primeiro é a
República Dominicana. Por aqui, 57% dos nascimentos acontecem cirurgicamente,
bem acima dos 15% recomendados pela instituição. No ano passado, de acordo com o
Ministério, na rede pública o número de partos normais chegou a 58%, contra 41%
de cesarianas, percentual que ainda é considerado muito alto pelas autoridades
da saúde.

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Em Goiás a situação não é diferente. O Estado apontou
crescimento no número de cirurgias cesarianas nos últimos cinco anos. Aparece
com 66,76% dos partos cesáreos em 2013, e 69,13% em 2017, de acordo com
levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES/GO).

Outra ação do Ministério que deve chegar às maternidades do
país é o Projeto Parto Cuidadoso, que vai investir na capacitação de
enfermeiras obstétricas para atenção ao parto normal.

Num esforço de tentar frear as cesarianas em todo o mundo, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) acabou de publicar novas recomendações sobre
padrões de tratamento e cuidados relacionados a mulheres grávidas. O objetivo é
reduzir “intervenções médicas desnecessárias”, já que o excesso de cesarianas
aumenta a mortalidade materna e dos bebês, aumenta o tempo de internação e
aumenta custos. “Isso não traz nenhum benefício para as mulheres, apesar
de trazer benefícios econômicos para os hospitais”, relata a
enfermeira  coordenadora do curso de
Enfermagem Obstétrica do Instituto Health, enfermeira Fabiana dos Santos
Carvalho.

Ela explica que, ao humanizar o parto (o que não quer que
trata-se de um tipo de parto em si, como a cesariana ou o parto via vaginal,
mas uma filosofia) a mãe tem total participação em relação ao que acontecerá no
momento do nascimento de seu filho, podendo escolher a presença de
acompanhantes ou não, a posição no momento do parto e o local onde o bebê
nascerá, em casa ou no hospital, na água ou no leito. “Nesses casos, deve
haver a mínima intervenção médica, porém sem deixar de colocar a saúde da mãe e
do bebê em primeiro lugar”, afirma Fabiana.

Ela relata que a incorporação das doulas, nas práticas de
nascimento representa resgatar aquilo que é um acontecimento fisiológico
natural em qualquer mulher. “Doula é uma contribuição efetiva à
humanização da assistência ao parto e ao empoderamento feminino e sobre a
diminuição dos partos cesarianos”, conclui.

 

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