Pesquisa aponta que o índice de mulheres com diabetes é maior

Ministério da Saúde divulgou a pesquisa VIGITEL 2017, que aponta 8,1% das brasileiras desenvolveram a doença

Postado em: 03-07-2018 às 17h00
Por: Guilherme Araújo
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Ministério da Saúde divulgou a pesquisa VIGITEL 2017, que aponta 8,1% das brasileiras desenvolveram a doença

Foto: Divulgação

A prevalência do diabetes entre mulheres teve queda de 18,1% no último
ano. Atingiu 8,1% das brasileiras contra 9,9% em 2016. Ainda assim, continua
sendo maior que o índice de 7,1% na população masculina. É o que mostra a
pesquisa VIGITEL 2017 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico) que acaba de ser divulgada pelo Ministério
da Saúde.

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De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido
Burnier o diabetes é caracterizado pelo acúmulo de glicose no sangue que
predispõe a graves doenças nos olhos, hipertensão arterial, insuficiência renal
e doenças cardíacas. 

O especialista explica que quando este aumento da glicemia está
relacionado à queda ou ausência de produção da insulina caracteriza o diabetes
tipo 1 que responde por 10% dos casos. No tipo 2 acontece resistência do
organismo à insulina que resulta em menor penetração da glicose nas células,
pontua.

Para ele, o resultado da pesquisa pode estar relacionado à diminuição do
consumo de refrigerantes no país, mas está longe de ser
tranquilizador. Prova disso, é o alto índice no Brasil de dois
fatores de risco que contribuem com a doença – o sobrepeso e a obesidade. Outros
riscos elencados pelo médico são: casos na família, colesterol alto,
stress e sedentarismo.

Catarata

O oftalmologista afirma que no início o diabetes não apresenta sintomas.
Por isso, pode passar despercebido. A evolução da doença faz o cristalino reter
mais água, leva à maior formação de radicais livres e dobra o risco de
desenvolver catarata. Por isso, o diabetes pode antecipar o aparecimento dessa
doença que geralmente surge a partir dos 60 anos e torna opaco nosso
cristalino, lente interna do olho.

A falta de sintomas faz muitas pessoas só descobrirem o diabetes em um
diagnóstico de catarata. “Nestes casos quanto antes for realizada a cirurgia,
maior a segurança para a saúde ocular”, afirma. Isso porque a substituição do
cristalino por uma lente intraocular totalmente transparente que não degenera,
permite ao especialista enxergar o fundo do olho onde podem acontecer
importantes alterações que necessitam de diagnóstico precoce para evitar a
perda definitiva da visão.

Diabetes gestacional

O especialista destaca que de acordo com o CBO (Conselho Brasileiro de
Oftalmologia) 7% das brasileiras também desenvolvem o diabetes
gestacional. A doença, .explica. resulta da maior produção de HPL
(Hormônio Lactogênio Placentário) durante a gestação que inibe a produção de
insulina e aumenta os níveis de glicose no sangue.

A condição, ressalta, é temporária, mas predispõe à catarata precoce,
hemorragia vítrea caracterizada pelo súbito bloqueio da visão, glaucoma
neovascular em que a se formam neovasos na íris (parte colorida do
olho) e retinopatia diabética, formação de neovasos na retina.

O oftalmologista afirma que tanto o glaucoma neovascular como a
retinopatia diabética são doenças oculares que podem ocorrer em mulheres
diabéticas fora do período gestacional e levar à perda da visão. Por isso ao
primeiro sintoma recomenda consultar um oftalmologista para aplicação de laser
que na maioria dos casos evita a cegueira definitiva.

Prevenção

Queiroz Neto afirma que a principal recomendação para evitar
complicações na visão é incluir na alimentação:

que funcionam como
um bloqueador dos efeitos da luz solar por conterem vitamina E um
potente antioxidante que evita a formação precoce de catarata e a degeneração
macular.

– Cenoura, abóbora, mamão e goiaba por serem ricos
em vitamina A nutriente essencial para a saúde ocular. O primeiro
sinal de deficiência de vitamina A, segundo Queiroz Neto, é a cegueira
noturna
 e o ressecamento dos olhos que causa
turvamento da visão. A deficiência também pode causar danos na retina com
comprometimento permanente da visão e conjuntivite recorrente devido
à queda da imunidade. Para melhorar a absorção é recomendável incluir na
alimentação fontes de zinco como: frutos do mar, carne, ovos, tofu e gérmen de
trigo.

– Semente de linhaça, sardinha e salmão que combatem o olho
seco por conterem ômega 3, além de estarem associados a um risco
reduzido de surgimento e progressão da catarata.

– Tomate, vinho tinto, frutas cítricas, mirtilo, amora por
protegerem os olhos da catarata e degeneração macular pela ação antioxidante
da vitamina C, além de serem ricos em flavonoides que
garantem a boa circulação e saúde dos vasos oculares.

– Frutos do mar e castanha do Pará que contém selênio
e podem reduzir o risco de degeneração macular quando combinados a alimentos
ricos em vitamina E, A e C.

Dieta perigosa

O especialista ressalta que o consumo desses alimentos pode não resultar
em boa saúde ocular se for acompanhado de excesso de açúcar, alimentos ricos em
gordura saturada como as carnes bovinas e os derivados de leite. Também deve
ser evitado o excesso de sal porque em grande quantidade o sódio pode depositar
no cristalino e predispõe à catarata. Por isso, antes de consumir um alimento
industrializado a recomendação é checar a quantidade de sódio no rótulo, para
tornar a alimentação uma aliada de seus olhos.

 Fonte: LDC

 

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