Quinta-feira, 28 de março de 2024

Assessor de Trump renuncia após admitir que mentiu para vice

Michael Flynn renunciou após escândalo sobre conversa com embaixador russo nos EUA, Sergei Kisliak

Postado em: 14-02-2017 às 07h54
Por: Renato
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Michael Flynn renunciou após escândalo sobre conversa com embaixador russo nos EUA, Sergei Kisliak

Com menos de um mês à frente do governo dos Estados Unidos,
o presidente Donald Trump já enfrenta a primeira crise de gabinete. Michael
Flynn, a principal autoridade na área de segurança norte-americana, renunciou,
após escândalo sobre uma conversa que teve com um embaixador russo nos Estados
Unidos, Sergei Kisliak. Trump nomeou o general Joseph Keith Kellogg Jr.
interinamente em seu lugar, enquanto inicia os contatos para encontrar um nome
definitivo para o posto.

A renúncia de Flynn ocorreu depois de notícias de que ele
enganou o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e outros funcionários do
governo e mentiu sobre o teor de suas conversas com o embaixador da Rússia
antes mesmo de Trump tomar posse. Em carta de demissão, cujo texto foi enviado
pela Casa Branca, por e-mail, aos repórteres, Flynn disse que fez
vários telefonemas para o embaixador russo durante o período de transição do
ex-presidente Barack Obama para Donald Trump. Na carta, ele admitiu que deu
“informações incompletas” a Pence sobre essas conversas.

Flynn disse a Pence que não discutiu com autoridades russas
as sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, aprovadas pelo então presidente
Obama nos dias que antecederam a posse de Trump. Essa garantia dada pelo
ex-conselheiro de Segurança Nacional levou Pence a defender Flynn em várias
entrevistas à televisão.

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Mas, nessa segunda-feira (14), a imprensa norte-americana
noticiou que o Departamento de Justiça advertiu a Casa Branca que Flynn não
tinha sido totalmente franco sobre suas conversas com o embaixador russo. Para
o Departamento de Justiça, Flynn ficou vulnerável a possíveis chantagens de
autoridades russas por não ter contato toda a verdade para Pence.

Na carta, Flynn afirmou que fez inúmeros telefonemas a
funcionários estrangeiros durante a transição. “Infelizmente, por causa do
rápido ritmo dos eventos, eu inadvertidamente informei o vice-presidente eleito
e outros com informações incompletas sobre meus telefonemas com o embaixador
russo”, acrescentou no documento. “Sinceramente, pedi desculpas ao
presidente [Trump] e ao vice-presidente [Mike Pence], que aceitaram minhas
desculpas”.

Flynn era um admirador da candidatura de Trump e, em sua
carta de renúncia, procurou elogiar o presidente. “Em apenas três
semanas”, disse Flynn, o novo presidente “reorientou a política
externa norte-americana de maneira fundamental para restaurar a posição de
liderança americana no mundo”.

O FBI – a polícia federal norte-americana, vinha examinando
os telefonemas de Flynn, antes mesmo de ele passar por questionamentos
crescentes sobre o conteúdo de suas conversas com autoridades russas. O alerta
sobre o risco de chantagem, feito pelo Departamento de Justiça, estaria ligado
às tentativas de Flynn de esconder pistas sobre as conversas telefônicas.
Porém, para o Departamento de Justiça, os russos têm os registros do que foi
falado nos telefonemas e, dessa forma, poderiam chantagear Flynn e expor o
verdadeiro conteúdo das conversas caso o ex-conselheiro de Segurança Nacional
quisesse fazer algo que pudesse prejudicar a Rússia.

Foto: Reprodução 

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