Candidato independente de 39 anos pode vencer eleição presidencial na França

Macron é o elemento surpresa de uma eleição presidencial ainda totalmente indefinida

Postado em: 23-02-2017 às 14h40
Por: Toni Nascimento
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Macron é o elemento surpresa de uma eleição presidencial ainda totalmente indefinida

O
candidato independente à Presidência da França, Emmanuel Macron, 39 anos,
venceria o segundo turno das eleições hoje se disputasse o pleito contra a
candidata da extrema-direita Marine Le Pen, da Frente Nacional, segundo as
últimas pesquisas.

Considerado
“conservador” por uns, “teatral” por outros, e talvez a única opção para uma
boa parte dos franceses que rechaçam a extrema-direita, o ex-ministro da
Economia e “outsider” [alternativo] Macron é o elemento surpresa de uma eleição
presidencial ainda totalmente indefinida.

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Ex-banqueiro,
ele estudou em uma das mais respeitadas academias francesas, a Escola Nacional
de Administração (ENA), que forma futuros dirigentes políticos e homens de
negócios. Descrito muitas vezes pelo presidente François Hollande como um
“menino-prodígio”, o agora candidato à presidência Macron  se tornou ministro da Economia e Finanças do
governo socialista de Hollande aos 36 anos. E no ano passado, ele deixou o
governo para anunciar a sua candidatura pelo movimento independente “En Marche”
[“Em Marcha”].

Emmanuel
Macron é atualmente o provável vencedor do segundo turno da eleição
presidencial francesa, em maio. Mas no primeiro turno a candidata da
extrema-direita, Marine Le Pen, segue favorita, com 27,5% das intenções de
voto, de acordo com as últimas pesquisas. O ex-ministro chega em segundo lugar,
com 21%. No segundo turno, entretanto, Macron venceria Le Pen por 61% contra
39%. Se as sondagens se confirmarem, o Palácio do Eliseu pode estar mais perto
de Macron do que ele mesmo imagina.

Aliança
com o centro

Para
a vitória do candidato independente, contudo, as alianças serão fundamentais. A
mais recente vem do tradicional e único representante do partido de centro
MoDem, François Bayrou. Candidato a três eleições presidenciais, sem conseguir
chegar ao segundo turno, Bayrou decidiu dessa vez se aliar a Macron, frente a
ameaça da extrema-direita e o crescimento do populismo no país.

Conhecido
pela sua idoneidade, Bayrou encarna um dos pilares da campanha de Macron: “a
moralização da vida pública” e a luta contra o tráfico de influência e os
“conflitos de interesses”.Males que hoje prejudicam diretamente dois
candidatos: François Fillon, do partido Os Republicanos, acusado de usar
dinheiro público para financiar empregos-fantasma ocupados por sua mulher e
filhos, e Marine Le Pen, acusada de empregar dois assessores parlamentares fantasmas
no Parlamento Europeu.

Programa
indefinido

Considerado
por parte do eleitorado como uma alternativa ao cenário político existente hoje
na França, Macron oscila entre a direita, a esquerda e o centro, se
autodefinindo como progressista. A falta de um posicionamento mais claro da
parte do candidato, aliás, é uma crítica constante.

Entre
suas metas já anunciadas, destaca-se o aumento do número de professores nas
escolas, o direito ao seguro-desemprego em caso de demissão por iniciativa do
empregado, e uma mudança do código trabalhista, que inclui uma fórmula
inovadora: um aumento do número de horas semanais de atividade (hoje limitadas
a 35) para os jovens e uma diminuição para os mais velhos. Mas, há menos de
dois meses do pleito, seu programa detalhado ainda não foi divulgado. 

(Agência Brasil)

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