Deputados britânicos aprovam eleições antecipadas para 8 de junho

O próximo pleito estava previsto para maio de 2020, quando terminaria a atual legislatura

Postado em: 19-04-2017 às 16h00
Por: Toni Nascimento
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O próximo pleito estava previsto para maio de 2020, quando terminaria a atual legislatura

A Câmara
dos Comuns do Reino Unido aprovou nesta quarta-feira (19), por 522 votos a 13,
a realização de eleições gerais antecipadas no Reino Unido no dia 8 de junho,
conforme proposta feita pela primeira-ministra, a conservadora Theresa May. As informações
são da Agência EFE.

A premiê,
que chegou ao poder sem passar pelas urnas após o referendo sobre a União
Europeia (UE) em 23 de junho do ano passado, anunciou ontem (18) de surpresa
sua intenção de antecipar as eleições com o fim de assegurar seu mandato para
as negociações com Bruxelas para o Brexit, como ficou conhecido o processo de
saída da Grã-Bretanha da União Europeia. O próximo pleito estava previsto para
maio de 2020, quando terminaria a atual legislatura.

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Para
prosperar, o texto necessitava do apoio de dois terços da Câmara, que tem um
total de 650 cadeiras, o que obteve amplamente, graças ao apoio da maioria
conservadora e da oposição trabalhista e liberal-democrata, com a abstenção dos
independentistas escoceses.

Após a
aprovação dessa moção, espera-se que o Parlamento se dissolva em 3 de maio – na
véspera das eleições municipais no Reino Unido – para dar início à campanha
eleitoral.

May e o
líder do principal partido da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, trocaram
duras acusações durante o debate parlamentar sobre as eleições.

Em
sua intervenção, a líder conservadora acusou o dirigente social-democrata de
“não estar capacitado” para dirigir o Reino Unido, enquanto este
afirmou que ela quebrou sua promessa de não convocar, em nenhum caso, eleições
gerais antecipadas.

“Cumprimentamos
a convocação de eleições, mas esta é uma primeira-ministra que disse que elas
não ocorreriam, uma primeira-ministra na qual não se pode confiar”,
afirmou Corbyn, que acusou May de também querer “fugir” dos debates
televisivos, dos quais ela se nega a participar.

A
líder conservadora reiterou que era necessário antecipar as eleições com o
objetivo de garantir “estabilidade e liderança” ao país para as
negociações com Bruxelas para a saída da UE.

“Há
três coisas de que um país necessita: uma economia forte, uma defesa forte e uma
liderança forte e estável”, declarou a chefe de governo, que afirmou que
“isto é o que os conservadores oferecerão nestas eleições”.

Já o
líder do Partido Liberal-Democrata, Tim Farron, disse que May “espera uma
coroação, não uma competição” nestas eleições, enquanto o porta-voz do
Partido Nacionalista Escocês (SNP, sigla em inglês), Angus Robertson, alertou
para o perigo de um governo conservador majoritário e “sem
restrições”.

Apesar
de terem acusado May de oportunismo, já que seu partido lidera as pesquisas
eleitorais, os principais grupos da oposição decidiram apoiar esta inesperada
convocação de eleições em uma tentativa de aumentar sua base parlamentar para
as negociações do Brexit.

May
ativou em 29 de março o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o que deu início ao
período de dois anos de negociações com Bruxelas para a saída do Reino Unido da
União Europeia.

O
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse hoje que a
autêntica negociação sobre o Brexit começará após as eleições britânicas de
junho.

(Agência
Brasil) 

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