Trump reconhecerá Jerusalém como capital de Israel e levará embaixada para lá

Embora Israel considere Jerusalém como a capital, a soberania do país sobre a parte oriental da cidade (Jerusalém Oriental) não é reconhecida por grande parte da comunidade internacional

Postado em: 06-12-2017 às 10h20
Por: Márcio Souza
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Embora Israel considere Jerusalém como a capital, a soberania do país sobre a parte oriental da cidade (Jerusalém Oriental) não é reconhecida por grande parte da comunidade internacional

O presidente dos Estados Unidos
(EUA), Donald Trump, anunciará nesta quarta-feira (6) o reconhecimento de
Jerusalém como capital de Israel e determinará a transferência da embaixada,
que agora está em Tel Aviv. A informação é de altos funcionários do governo,
que pediram anonimato.

Trump reconhece, no entanto,
“que as fronteiras específicas da soberania israelense em Jerusalém
estarão sujeitas a negociações de status final” com os palestinos, e diz
que seguirá apoiando o “status quo no Monte do Templo”, situado na
parte palestina da cidade, disse um dos funcionários.

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Em discurso programado para as
13h (horário local, 16h de Brasília) de hoje, Trump determinará ao Departamento
de Estado que “comece o processo” de transferência da embaixada
americana em Israel para Jerusalém, lembrando que esse processo levará
“anos”, explicou a fonte.

“Há cerca de mil pessoas
trabalhando na embaixada em Tel Aviv, e não temos instalações que possam
acomodá-las em Jerusalém. Levará tempo para encontrar um lugar, se certificar
de que é seguro, projetar uma nova embaixada e construí-la”, completou.

“Hoje em dia, nenhuma
embaixada americana pode ser construída em qualquer lugar do mundo em menos de
três ou quatro anos. Esse será o caso também” em Jerusalém, disse outro
alto funcionário.

Os Estados Unidos se tornarão,
assim, o único país do mundo que reconhece Jerusalém como capital de Israel,
onde nenhuma nação tem sua embaixada. Na anexação israelense da parte oriental
da cidade em 1980, a ONU chamou a comunidade internacional para retirar suas
legações da Cidade Santa.

Embora Israel considere Jerusalém
como a capital, a soberania do país sobre a parte oriental da cidade (Jerusalém
Oriental) não é reconhecida por grande parte da comunidade internacional, e os
palestinos querem estabelecer a sede do futuro estado.

A Casa Branca considera essa
decisão “o reconhecimento de uma realidade histórica – Jerusalém foi a
capital do Estado judeu desde a antiguidade – porque foi a sede do governo
israelense desde a fundação moderna desse Estado em 1948”, afirmou um funcionário.

“O presidente acredita que
este é o momento adequado e o passo certo a tomar, especialmente no que diz
respeito à sua esperança de conseguir um acordo de paz”, afirmou outra
fonte.

A Casa Branca não acredita que o
anúncio possa prejudicar as perspectivas de um processo de paz na região, mesmo
que os palestinos tenham alertado sobre as “graves repercussões” que
essa medida teria no futuro das suas “estancadas” negociações com
Israel.

“A localização física da
embaixada dos Esrados Unidos não é um impedimento para a paz”, assegurou o
funcionário. “Esta é uma mudança para uma política de ambiguidade (sobre
onde a embaixada dos EUA em Israel deveria ser) que não funcionou durante os
últimos 22 anos”, desde que o Congresso aprovou, em 1995, lei para iniciar
a transferência para Jerusalém, acrescentou.

Devido ao tempo que levará para
transferir a embaixada para Jerusalém, Trump assinará, nesta quarta, uma ordem
que lhe permita adiar por mais seis meses a aplicação dessa lei de 1995, que
até agora nenhum presidente americano implementou. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução 

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