Hamas faz convocação para o “dia da revolta”

Após anúncio de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, chefe político quer “libertação de Jerusalém”

Postado em: 08-12-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Após anúncio de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, chefe político quer “libertação de Jerusalém”

O chefe político do movimento islamita Hamas, Ismail Haniyeh, convocou ontem os palestinos a começar hoje uma terceira Intifada, depois do reconhecimento na quarta-feira do presidente americano, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel. O termo Intifada vem do árabe e significa levante ou revolta. Se refere às manifestações palestinas contra a política de expansão de Israel na região. As informações são da EFE.

“Amanhã (hoje), 8 de dezembro será um dia de ira e o começo de uma nova Intifada chamada Libertação de Jerusalém”, disse o líder islamita em entrevista coletiva na Cidade de Gaza.

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Para Haniyeh, “a decisão de Trump marca o final de uma fase política e significa um ponto de inflexão histórica para a causa palestina”.

“Afirmamos que Jerusalém está unida, não é oriental nem ocidental, e vai continuar sendo a capital da Palestina, de toda a Palestina”, declarou o dirigente do Hamas, que enfatizou “Trump se arrependerá da sua decisão”.

Haniyeh pediu uma reunião com todas as partes palestinas para discutir a situação atual e acertar as medidas políticas a serem tomadas diante dos eventos.

“Devemos tomar decisões, formular políticas e desenvolver uma estratégia para nos opor ao novo complô em Jerusalém e na Palestina”, declarou o dirigente.

Por outro lado, segundo declarou em entrevista coletiva o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdala, que chegou a Gaza na manhã de hoje, “Jerusalém é a capital da Palestina”, e segundo ele, este fato é mais importante que qualquer ação ou decisão que se possa tomar a partir dos EUA.

Desde a declaração de Trump, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) rejeitou os EUA como mediador para o processo de paz na região.

Hamdala disse em entrevista coletiva que se oporá à decisão de Trump com união nacional. Segundo o primeiro-ministro, “a Palestina voltará às fronteiras de 1967 com Jerusalém como capital”.

Israel

O Exército de Israel posicionou “uma série de batalhões” na Cisjordânia após as declarações de Trump. “O desdobramento de batalhões assim como de unidades de combate de inteligência e de defesa territorial respondem à preparação do Exército para possíveis desenvolvimentos dos eventos”, diz um comunicado do Exército.

ONU

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunirá hoje para analisar uma resposta diante do anúncio dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

A reunião de urgência foi solicitada por oito dos 15 integrantes do conselho: Bolívia, Egito, França, Itália, Reino Unido, Senegal, Suécia e Uruguai, informaram fontes diplomáticas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem que seu país reconhecerá, a partir de agora, Jerusalém como capital de Israel e ordenou o início do processo de transferência da embaixada, que atualmente está em Tel Aviv, para a Cidade Sagrada.

Assim que soube da decisão de Trump, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, insistiu na necessidade de que o status final de Jerusalém seja resolvido em negociações diretas entre israelenses e palestinos.

Guterres reiterou sua oposição a qualquer “medida unilateral” que possa colocar em risco o processo de paz entre israelenses e palestinos. (Agência Brasil) 

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