Relatório afirma que inflação na Venezuela pode chegar a 10.000% em 2018

Somente no mês de dezembro de 2017, números fecharam na casa dos 85%

Postado em: 09-01-2018 às 15h22
Por: Guilherme Araújo
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Somente no mês de dezembro de 2017, números fecharam na casa dos 85%

De acordo com a Assembleia Nacional (AN, Parlamento), a
inflação na Venezuela terminou na casa dos 2.616%. Para 2018, a previsão é de
que alcance os 10.000%. Em entrevista, o presidente da comissão de finanças da AN,
o opositor José Guerra afirmou que a inflação segue em níveis incontroláveis e
que o país está fora de controle visto que tem sido feita impressão de dinheiro
do Banco Central a fim de que se financie o déficit do governo de Nicolás
Maduro.

Guerra ainda disse ainda que 70% do déficit do governo da
Venezuela foi financiado com impressão de notas. “A inflação é diferente
da hiperinflação, pois a inflação é normal em tudo. Uma hiperinflação é
insuportável. É a ruína de um país”, destacou. Ele ainda disse que as conseqüências,
caso o governo continue sendo financiado, podem ser ainda mais desastrosas.

Somente no mês de dezembro, a inflação foi de 85%. Se comparada
a outros casos de hiperinflação registrados na América Latina, o país ainda não
é o recordista. No entanto, pode passar a ser. Outro dado que pode agravar a
situação por meio da revelação de números é a publicação da taxa do Produto
Interno Bruto (PIB) que continua caindo, de acordo com as projeções.

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Na tentativa de neutralizar a explosão de preços, o que
seria considerada uma “guerra econômica” nas palavras do chavismo, o deputado
Rafael Guzmán, membro da Comissão de Finanças do Parlamento desprezou os
constantes aumentos de salário anunciados previamente pelo poder Executivo.
Segundo ele, “não há aumento de salário que possa combater essa situação”,
ressaltou. No ano passado, Guzmán projetou em 14.000% o índice inflacionário
deste ano.

A queda do Bolívar se comparado do Dólar no mercado também
foi citada em uma busca panorâmica do aumento dos preços praticamente diário no
país. Para Guzmán, “O governo mantém o controle do câmbio, ou seja,
continua entregando dólares a um pequeno grupo para que continue colocando
esses dólares no mercado negro: enquanto houver controle de câmbio, haverá um
mercado negro”.

Não são publicados desde 2015 pelo Banco Central Venezuelano
dados oficiais sobre a inflação e o PIB. 

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