Unicef diz que 520 mil crianças rohingyas correm risco por chegada de chuvas

Fenômenos naturais que todos os anos surgem entre março e julho, e setembro e dezembro, ameaçam agravar as possibilidades de contrair cólera e malária

Postado em: 16-01-2018 às 12h40
Por: Victor Pimenta
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Fenômenos naturais que todos os anos surgem entre março e julho, e setembro e dezembro, ameaçam agravar as possibilidades de contrair cólera e malária

Mais de 520 mil crianças rohingyas instaladas em acampamentos
de refugiados em Bangladesh estão em risco devido à chegada das chuvas
relacionadas com a temporada de ciclones e monções, alertou nesta terça-feira
(16) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“Centenas de milhares de crianças já vivem em condições
horríveis e enfrentarão um risco ainda maior de doenças, inundações,
deslizamentos de terra e mais deslocamentos”, disse o representante do
Unicef em Bangladesh, Edouard Beigbeder, em um comunicado da organização.

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Segundo a agência da ONU, os ciclones tropicais que todos os
anos surgem entre março e julho, e setembro e dezembro, junto com as chuvas de
monção previstas a partir de junho, ameaçam agravar as possibilidades de
contrair cólera e malária.

Além disso, aumenta o risco de inundações e deslizamentos de
terra, uma ameaça “direta” à vida dos menores, e que poderia
danificar “severamente” as infraestruturas nos acampamentos.

Segundo o Grupo de Coordenação Intersetorial da ONU, cerca de
655 mil rohingyas chegaram a Bangladesh desde em agosto, e as autoridades
calculam que mais de 300 mil membros desta comunidade estejam na zona antes do
início da crise.

O atual êxodo de rohingyas começou com as operações militares
de represália das forças de segurança birmanesas lançadas após os ataques, em
25 de agosto, do rebelde Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA) a 30
postos militares e policiais em Rakain.

A ONU e organizações defensoras dos direitos humanos
denunciaram repetidas vezes que existem provas claras sobre violações dos
direitos humanos nesta operação, e o Alto Comissariado dos Direitos Humanos da
ONU qualificou os fatos de “limpeza étnica”, afirmando que há
indícios de “genocídio”.

Os governos de Bangladesh e Mianmar anunciaram hoje que
acordaram que o processo de repatriação de rohingyas refugiados será finalizado
em dois anos, desde o momento em que começar o retorno dos membros desta
minoria muçulmana. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Ocha/Anthony Burke/ONU)

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