Quinta-feira, 28 de março de 2024

ONU teme que situação no País da Síria fique “fora de controle”

Secretário-geral Antônio Guterres pediu que se evitem “atos que possam gerar uma escalada” das tensões na região, onde há diversos países envolvidos em um conflito que começou em 2011

Postado em: 14-04-2018 às 16h05
Por: Márcio Souza
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Secretário-geral Antônio Guterres pediu que se evitem “atos que possam gerar uma escalada” das tensões na região, onde há diversos países envolvidos em um conflito que começou em 2011

“Peço a todos os
Estados-membros para que mostrem moderação nestas perigosas circunstâncias”,
afirmou Guterres.

O
secretário-geral pediu a todas as partes que respeitem a Carta das Nações
Unidas e o direito internacional, em geral, e acrescentou que é
responsabilidade do Conselho de Segurança manuter a paz e a segurança.

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Guterres pediu
que se evitem “atos que possam gerar uma escalada” das tensões na região, onde
há diversos países envolvidos em um conflito que começou em 2011 e já deixou
centenas de milhares de mortos.

A sessão de
urgência do Conselho de Segurança da ONU foi convocada a pedido da Rússia, após
o ataque de mísseis realizado pelos Estados Unidos, Reino Unido e França contra
alvos na Síria, na madrugada deste sábado.

De acordo com o
Departamento de Defesa dos Estados Unidos, foram lançados 105 mísseis contra
alvos supostamente relacionados à produção de armas químicas.

O bombardeio
ocorreu poucas horas antes da previsão de visita de uma equipe de
investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) para
avaliar se houve uso de gás cloro em um ataque que deixou dezenas de mortos em
Duma, na Síria, na semana passada.

Em comunicado, o
Exército sírio garantiu que as forças de defesa antiaérea derrubaram “a
maioria” dos 110 mísseis lançados contra posições em Damasco e na província de
Homs. Além disso, três civis ficaram feridos.

Rússia

Durante a
reunião do Conselho de Segurança, o embaixador Russo, Vasyl Nebenzia, disse que
“a situação na Síria representa atualmente a ameaça mais séria contra a paz e a
segurança internacional”.

O diplomata
acusou os Estados Unidos e seus países aliados de “pisotear” o
direito internacional pelo ataque lançado e qualificou como “vergonhosas”
as justificativas legais utilizadas. “Os senhores estão pisoteando a Carta das
Nações Unidas e o direito internacional”, afirmou.

Para Nebenzi, a
justificativa dos Estados Unidos foi “vergonhosa”. Mais cedo, o
secretário de Defesa norte-americano, James Mattis, deu como base legal para o
ataque a necessidade de proteger os interesses dos Estados Unidos e de cumprir
o Artigo 2 da sua Constituição.

“É
vergonhoso que para executar uma agressão [a outro país] se invoque um artigo
da Constituição dos Estados Unidos”, disse o diplomata russo. “É hora
de entender que o código internacional que regula o emprego da força está
definido pela Carta das Nações Unidas”, acrescentou.

O diplomata
pediu ainda que o Conselho de Segurança condene o ataque e trabalhe para
impedir novas agressões contra a Síria, com o argumento de que o uso da força
pouco contribui para o processo de paz.

Armas preparadas
e carregadas

Já a embaixadora
dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse que o país têm suas próprias
armas “preparadas e carregadas” para uma nova ofensiva contra a
Síria, caso haja novo ataque com uso de armas químicas.

“Estamos
preparados para manter a pressão, se o regime sírio for tão estúpido a ponto de
pôr a toda prova nossa vontade”, disse a embaixadora durante a reunião.

De acordo com
Nikki Haley, o ataque conjunto foi uma “mensagem clara” de que não se permitirá
que o regime de Assad continue usando armas químicas.

Segundo Haley,
os Estados Unidos têm “informação clara de que está demonstrada a culpabilidade
de Assad” nesse suposto uso de armas químicas em Duma.

A embaixadora
contou que conversou hoje com o presidente Donald Trump e ele disse que,
“se o regime sírio usar esse gás venenoso de novo, os Estados Unidos têm
suas armas preparadas e carregadas”.

 Com informações da Agência Brasil. 

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