Ministros apontam dificuldade em localizar crianças em abrigos

Outra dificuldade, em alguns casos, é identificar exatamente onde os pais estão detidos

Postado em: 07-07-2018 às 10h40
Por: Kamilla Lemes
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Outra dificuldade, em alguns casos, é identificar exatamente onde os pais estão detidos

Após dois dias de visitas a abrigos nos Estados Unidos e conversas com cônsules, os ministros Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Gustavo do Vale Rocha (Direitos Humanos) concluíram hoje (6) que a situação mais delicada ocorre quando há crianças e adolescentes isolados e em locais distintos dos que concentraram mais brasileiros. Outra dificuldade, em alguns casos, é identificar exatamente onde os pais estão detidos.

A avaliação é feita depois que ambos visitaram dois abrigos da rede Heartland Alliance – um com 20 crianças e adolescentes e outro com sete – na região de Chicago (EUA), onde há a maior concentração de filhos de brasileiros separados dos pais considerados imigrantes ilegais.

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A separação das famílias de brasileiros e de outras nacionalidades é consequência da política de tolerância zero contra a imigração ilegal implementada em maio pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Bem tratados

Durante entrevista coletiva, Aloysio Nunes e Gustavo Rocha afirmaram que, no geral, os filhos de brasileiros estão bem sob ponto vista psicológico e confortáveis. Há relatos que foram levados ao cinema, visitaram museus e praticam esporte.

Os ministros contaram que as queixas das crianças e dos adolescentes são que gostariam de estar com as famílias e também que sentem falta do tempero brasileiro, embora estejam sendo alimentados de forma adequada.

Aloysio Nunes e Gustavo Rocha afirmaram que, durante a visita, os brasileiros disseram que querem permanecer nos Estados Unidos, mas ao lado dos pais. Não pensam nem imaginam o retorno ao Brasil.

Assistência

Os ministros asseguraram que o governo brasileiro está empenhado em promover o contato com as famílias, localizar os pais e as mães, dar assistência psicológica e jurídica. O trabalho é desenvolvido em parceria entre os ministérios das Relações Exteriores e de Direitos Humanos.

Até o último balanço, a informação é que há 55 crianças e adolescentes brasileiros em abrigos, nos Estados Unidos. Porém, o número varia porque as informações são atualizadas conforme dados sejam transmitidos pelos consulados. Só nos Estados Unidos, há dez consulados brasileiros envolvidos nas ações.

Aloysio Nunes afirmou que, no caso de brasileiros que queiram deixar os Estados Unidos e retornar para o Brasil, o governo irá ajudar. “Quem quer voltar e não tem recursos, estamos prontos para facilitar isso.” 

Fonte: Agência Brasil 

 

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