Estudo comprova que jovens podem se reinfetar com o novo coronavírus
Publicado pela revista científica The Lancet Respiratory Medicine, a pesquisa reforça a importância da vacinação | Foto: Reprodução
Por: Augusto Sobrinho
A revista
científica The Lancet Respiratory Medicine publicou, nessa quinta-feira (15/04), estudo que afirma que o contágio
do novo coronavírus oferece alguma proteção à população jovem, mas não garante
completa imunidade contra uma reinfeção. A pesquisa foi realizada com mais
de três mil voluntários entre maio e novembro de 2020.
A maioria dos entrevistados eram homens
entre 18 e os 20 anos dos Marines norte-americanos, Corpo de Fuzileiros Navais
dos Estados Unidos da América (EUA). A pesquisa concluiu que, ainda que se desenvolvam
anticorpos após a recuperação da covid-19, é conveniente receber a vacina de
modo a estimular a resposta imunitária e evitar reinfeções.
“À
medida que as campanhas de vacinação vão ganhando impulso, é importante
lembrar que, apesar de uma infecção prévia por covid-19, os jovens podem
contrair o vírus novamente e transmiti-lo a outras pessoas”, afirma, em
nota um dos autores do estudo, Stuart Sealfon, da Escola de Medicina Icah,
de Monte Sinai, nos Estados Unidos.
Desenvolvimento
Os
recrutas fizeram uma quarentena de quatro semanas antes de regressar aos
treinos, realizaram testes para detectar anticorpos e contágios e preencheram
um questionário sobre sintomas de covid-19, entre outros dados médicos.
De
acordo com a pesquisa, de tipo ‘observacional’, 19 jovens, (10%) de 189 que já
tinham superado a covid-19, ficaram novamente infectados, enquanto no grupo dos
que não tinham contraído o vírus, com 2.247 recrutas, contagiaram-se
posteriormente 1.079, quase metade.
Os
autores da pesquisa constataram que os jovens que nunca tinham estado
infectadas com o novo coronavírus tinham cinco vezes mais risco de se
contagiarem, do que aqueles que já tinham contraído a doença, ainda que os
últimos não fossem completamente imunes.
Os
pesquisadores mostram que os jovens reinfectados tinham menos anticorpos
do que aqueles que não voltaram a contrair o vírus, e a sua carga viral era dez
vezes mais baixa do que a dos recrutas que tinham ficado infectados pela
primeira vez.
Segundo
eles, isso significa que algumas pessoas reinfectadas podem transmitir o vírus,
ainda que seja uma conclusão que, advertem, requer mais investigação para ser
confirmada. (Agência Brasil)