TSE abre segunda investigação para apurar vazamento de delações da Odebrecht

O presidente do TSE, Gilmar Mendes, criticou o vazamento dos depoimentos sigilosos de executivos da empreiteira Odebrecht

Postado em: 25-03-2017 às 08h00
Por: Renato
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O presidente do TSE, Gilmar Mendes, criticou o vazamento dos depoimentos sigilosos de executivos da empreiteira Odebrecht

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar
Mendes, determinou nesta sexta-feira (24) a abertura de uma sindicância para
apurar o vazamento de depoimentos sigilosos de executivos da empreiteira
Odebrecht, nos quais são relatados supostos repasses ilegais à campanha da
chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014.

A apuração da presidência ocorrerá em coordenação com outra
investigação da corregedoria do TSE, aberta na última quinta-feira (23) pelo
ministro Herman Benjamin, relator do processo.

Pela manhã, durante um evento em Brasília, Gilmar Mendes
criticou o vazamento dos depoimentos. “Deploro vivamente, seriamente, e exijo
que façamos a investigação desse vazamento agora lamentavelmente ocorrido. Acho
que isso fala mal das instituições. É como se o Brasil fosse o país de
trambiques, de infrações. Assim como nós não podemos praticar vazamentos aqui,
ninguém pode fazê-lo, nem procuradores, nem juízes, nem ninguém”, disse
Mendes.

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Os depoimentos foram publicados na quinta-feira (23) pelo
blog O Antagonista, que é mantido pelos jornalistas Mario Sabino e Diogo Mainardi.
As publicações citam supostos pagamentos de caixa 2 para a campanha de Dilma.

O vazamento dos depoimentos ocorreu após Herman Benjamin
enviar aos ministros do TSE um relatório contendo o resumo do processo e
disponibilizar o acesso integral aos depoimentos em pastas eletrônicas na rede
interna de computadores do tribunal, acessadas somente pelos gabinetes dos
ministros. As defesas de todos os envolvidos também foram autorizadas a terem
acesso à íntegra do processo.

Outro lado

Após a divulgação das reportagens sobre os depoimentos, a
defesa de Dilma Rousseff declarou que a ex-presidenta nunca teve relação
próxima com o empresário Marcelo Odebrecht, um dos delatores, e jamais pediu
contribuições durante “encontros em palácios governamentais, ou mesmo
solicitou dinheiro” para o PT.

Foto: (Antonio Cruz/Agência Brasil) 

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