Iris e Maguito divergem sobre pré-candidatura ao governo

Enquanto o prefeito de Goiânia defende a reestruturação do PMDB para depois definir o candidato ao governo, Maguito diz que o seu filho, Daniel Vilela, é consenso dentro do partido para 2018

Postado em: 27-06-2017 às 11h00
Por: Sheyla Sousa
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Enquanto o prefeito de Goiânia defende a reestruturação do PMDB para depois definir o candidato ao governo, Maguito diz que o seu filho, Daniel Vilela, é consenso dentro do partido para 2018

VENCESLAU PIMENTEL

As duas maiores lideranças do PMDB, em Goiás, Iris Rezende e Maguito Vilela, ainda não falam a mesma língua quando o assunto é o nome do partido para disputar o governo do Estado, em 2018. Enquanto o prefeito de Goiânia fala em diálogo com outros partidos para a escolha do representante do partido, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e ex-governador Maguito Vilela diz que o deputado federal e presidente do diretório estadual tem apoio da maioria dos peemedebistas.

Em entrevista à imprensa, à saída do evento, num hotel de Goiânia, quando indagado se Daniel seria único pré-candidato a governador pelo PMDB, Iris respondeu que não. “Eu tenho falado isso e repito aqui agora, que o partido tem que se estruturar, e é isso o que o Daniel está fazendo agora, com reuniões com participação de segmentos do partido, inclusive do interior do Estado”.

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Para ele, é preciso que o partido tenha “o amadurecimento suficiente para, no momento exato, escolher o melhor para governado para Goiás e para representar Goiás na Câmara Federal, no Senado e na Assembleia Legislativa”.

Maguito manifestou opinião diferente. “Pelo o que nós vimos aqui, o partido já está maduro para escolher e definir o seu candidato, que é Daniel Vilela”, avaliou. “A unanimidade (do partido) afirma que quer ele como candidato. E agora, o PMDB tem de conversar com outros partidos, eu sempre defendi essa tese”, pontuou.

Sobre uma eventual aliança com o senador e presidente do Democratas Ronaldo Caiado, o prefeito de Goiânia defende que o PMDB busque uma união “com todos aqueles que têm os mesmos sentimentos que nós temos, que defendem as mesmas posições que nós defendemos”.

Na opinião de Iris, o partido excluir nenhuma possibilidade. “Nós temos de trabalhar procurando juntar forças, porque a situação exige de cada nós isso”. Em seguida, elogiou Caiado a quem apoiou na eleição ao Senado, em 2014, e recebeu dele apoio na disputa pelo governo do Estado. “É um político exemplar, não tenho dúvida”.

Divergências

Por sua vez, Daniel Vilela disse não ver divergência entre as posições de Iris e Maguito, que é seu pai. “Acho que o Iris tem as suas responsabilidades administrativas, e que o momento de posicionamento político dele é de fato no momento eleitoral”, minimizou o parlamentar.

Ele salientou que o prefeito de Goiânia não é candidato a nada. Disse que Iris se manifestou, durante o encontro de ontem, de forma clara, do seu amor e de sua relação com o PMDB, que apoiará o candidato a governador que vier a ser escolhido.

Na entrevista, Iris Rezende confirmou que, como soldado do partido, acatará a decisão que for tomada. Perguntado se a sua participação na reunião que reuniu prefeitos, deputados, vice-prefeitos e vereadores, poderia se caracterizar como apoio à pré-candidatura de Daniel Vilela, ele foi enfático em dizer que estava lá em defesa do partido.

A primeira-dama de Goiânia, Iris de Araújo, disse à saída do encontro que não saberia dizer se o PMDB vai lançar Daniel Vilela como candidato a governador. “Não posso afirmar isso para vocês. Existe da parte dele um desejo de ser o candidato do PMDB, o que é natural em qualquer pessoa que esteja dentro do partido”, ponderou. “Eu defendo que nós, primeiro, temos de restabelecer a unidade partidária para depois a gente discutir candidatura”. 

Daniel não descarta realização de prévias 

O deputado Daniel Vilela não descarta a realização de prévias no PMDB para escolher o candidato a governador. “Claro que é possível”, disse à imprensa. O partido, segundo ele, disponibilizará a qualquer um dos seus filiados se apresentar como candidato a qualquer cargo nas eleições do ano que vem. “Faz parte da democracia política e interna do partido. Quem quiser colocar seu nome tem toda legitimidade e direito”.

Mais do que a definição de nomes, o parlamentar informou que os participantes do encontro, por consenso, defendem a necessidade de se promover alianças. Nesse sentindo, afirmou que o presidente de partido que mais tem conversado com outros presidentes de legendas, para estabelecer diálogo que pode resultar aliança eleitoral.

Desde que assumiu o diretório estadual, Daniel informou já ter conversado, por exemplo, com o senador e presidente do PP em Goiás, Wilder Morais, durante o aniversário dele, no domingo, com o PSD do secretário de Estado Vilmar Rocha, e com o deputado federal e presidente do PTB, Jovair Arantes. Os três partidos são da base do governador Marconi Perillo (PSDB).

Também disse ter aberto diálogo com Ronaldo Caiado e os irmãos petistas Rubens Otoni, deputado federal, e Antônio Gomide, ex-prefeito de Anápolis. “Acho que isso é uma responsabilidade nossa, e eu tenho feito isso não como pré-candidato, mas como presidente do partido”. (VP) 

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