Crise na Venezuela é pauta no Senado nesta terça-feira (15)

Estão na pauta dois requerimentos. Um deles pede voto de censura ao presidente Maduro e outro a criação de uma comissão externa para ir ao país vizinho numa "missão de bons ofícios"

Postado em: 14-08-2017 às 14h30
Por: Victor Pimenta
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Estão na pauta dois requerimentos. Um deles pede voto de censura ao presidente Maduro e outro a criação de uma comissão externa para ir ao país vizinho numa "missão de bons ofícios"

A crise na Venezuela deve dominar a agenda do Senado nesta
terça-feira (15). Estão na pauta do plenário da Casa dois requerimentos
envolvendo o país. Um deles, apresentado pelo senador Ricardo Ferraço
(PSDB-ES), pede voto de censura ao presidente da nação, Nicolas Maduro. No
requerimento, Ferraço destaca que Maduro tem adotado posturas arbitrárias e
afrontado princípios democráticos e tratados internacionais dos quais inclusive
o Brasil faz parte.

O outro requerimento é do senador Jorge Viana (PT-AC), que
pede a criação de uma comissão externa para ir ao país vizinho numa
“missão de bons ofícios”. A ideia, segundo Viana, é buscar soluções.
O Senado, numa missão de diplomacia parlamentar, se ofereceria no sentido de
contribuir para estabelecer um diálogo com as forças políticas venezuelanas,
sem distinções ideológicas.

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Esse mesmo requerimento foi aprovado no último dia 3 pela
Comissão de Relações Exteriores da Casa. “Acho que a situação tem se agravado
muito, e talvez o país esteja próximo de uma guerra civil. Não há mais nenhum
entendimento, diálogo ou tolerância entre as forças políticas”, lamentou o
senador, além de salientar que o aumento da violência e da tensão na Venezuela
não interessa à América do Sul.  Jorge
Viana disse ainda que o Brasil não pode assistir “de braços cruzados”
ao agravamento da crise política e econômica no país vizinho, com o qual divide
mais de 2 mil quilômetros de fronteira.

Para o senador Fernando Collor (PTC/AL), presidente da
Comissão de Relações Exteriores, os senadores terão que escolher no plenário
qual dos requerimentos que vão votar. “Como poderemos ir à Venezuela numa
missão de bons ofícios, caso também seja aprovado um voto de censura? Será uma
discrepância de atitudes, uma contradição”.

Pormenores

A crise política na Venezuela foi agravada em maio, quando
Maduro, que perdeu as eleições legislativas, convocou uma nova constituinte. O
processo eleitoral foi boicotado pela oposição, e protestos de rua já
resultaram em mais de 100 mortes. Organizações internacionais de defesa dos
direitos humanos têm denunciado a repressão no país. Há líderes oposicionistas
presos, enquanto a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, foi
destituída pela Assembleia Constituinte, cujos integrantes são todos
partidários de Maduro. O governo brasileiro, por sua vez, atuou no sentido de
suspender o país do bloco do Mercosul, com base na cláusula democrática. 

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