Moro dá 48 horas para defesa de Lula entregar recibos originais de aluguel

Os advogados de Lula entregaram cópias dos recibos, mas o Ministério Público Federal (MPF) pediu que veracidade dos documentos seja verificada. Em dois recibos foram inseridas datas que não existem

Postado em: 13-10-2017 às 14h35
Por: Márcio Souza
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Os advogados de Lula entregaram cópias dos recibos, mas o Ministério Público Federal (MPF) pediu que veracidade dos documentos seja verificada. Em dois recibos foram inseridas datas que não existem

O juiz federal Sergio Moro deu
hoje (13) prazo de 48 horas para que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva entregue os recibos originais do aluguel de um apartamento, localizado
em São Bernardo do Campo (SP), vizinho ao que mora o ex-presidente.

No fim de setembro, os advogados
de Lula entregam cópias dos recibos, mas o Ministério Público Federal (MPF)
pediu que veracidade dos documentos seja verificada. Em dois recibos foram
inseridas datas que não existem: 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015.

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A medida foi tomada na ação penal
na qual o ex-presidente é réu na Justiça Federal em Curitiba. O processo é um
dos desdobramentos da Operação Lava Jato. O MPF acusa o ex-presidente de
receber vantagens indevidas oriundas de fraudes em contratos da Petrobras e o
apartamento seria uma delas. Para a força-tarefa da Lava Jato, Lula seria o
verdadeiro dono do apartamento vizinho ao dele. Glaucos da Costamarques, também
réu no processo e proprietário do imóvel, seria um “laranja”, de acordo com a
acusação.

Na mesma decisão, Moro rejeitou
pedido feito pela defesa de Lula para que fosse agendada uma audiência formal
para a entrega dos recibos com a presença de um perito.

“A defesa tem a posse dos recibos
e pode extrair cópias antes de entregá-los, o que já é medida suficiente para
prevenir qualquer chance de adulteração superveniente, ainda que seja
surpreendente que isso seja aventado pela defesa”, argumentou Moro.

Glaucos é sobrinho do empresário
José Carlos Bumlai, amigo de Lula e preso na Lava Jato. Inicialmente, o
apartamento foi alugado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República, ainda quando Lula era chefe do governo, para ser usado pelos
policiais responsáveis pela segurança do então presidente. Depois que deixou o
cargo, Lula decidiu assumir a locação do imóvel, que tinha como locatária a
ex-primeira dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro.

A defesa do ex-presidente
argumenta que os recibos comprovam que o aluguel do imóvel foi uma relação
contratual entre a família de Lula e Glaucos da Costamarques. Os advogados de
Lula afirmam ainda que parentes e colaboradores de Lula fizeram diligências
para encontrar os recibos após pedido feito pelo juiz Sérgio Moro durante
depoimento prestado por Lula, em Curitiba. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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