Canal Livre, da Band, entrevista Bolsonaro

“Sem fraude, chegarei ao segundo turno das eleições”, diz o deputado federal

Postado em: 20-11-2017 às 16h00
Por: Lucas de Godoi
Imagem Ilustrando a Notícia: Canal Livre, da Band, entrevista Bolsonaro
“Sem fraude, chegarei ao segundo turno das eleições”, diz o deputado federal

Seguindo com a série de entrevistas com possíveis candidatos
à presidência da República, o Canal Livre, da TV Band, recebeu ontem a noite
(19) o deputado federal Jair Bolsonaro, que foi sabatinado pelos jornalistas
Fábio Pannunzio, Julia Duailibi, Monica Bergamo, Fernando Mitre e Sergio Amaral.

O deputado federal espera chegar ao segundo turno das
eleições presidenciais de 2018. Para ele, se não houver fraude eleitoral, ele
vai ser um dos dois candidatos a passar para a segunda fase da votação, pois as
pesquisas eleitorais mostram esse potencial, segundo ele. “Eu sou diferente de
todos os pré-candidatos que estão por aí. Não tenho nem partido ainda. E
segundo algumas pesquisas, como Paraná Pesquisas, estou com 21% (de intenção de
votos). Eu devo ser uma pessoa que tenho de ser analisado o que me fez chegar a
esse momento de certa projeção nacional e digo mais. Quem declara voto a mim
dificilmente muda. Então em não havendo fraude, com toda certeza eu estarei no
segundo turno”, disse.

Continua após a publicidade

O deputado foi questionado pelos jornalistas sobre
declarações polêmicas que teria proferido no passado. Ele defendeu que é vítima
de falta de compreensão sobre muitas dessas frases, que seriam “força de
expressão”. Seriam frases fortes, mas não diziam exatamente o que foi
entendido, como quando disse que fuzilaria o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, ou de que o problema com a esquerda foi terem “torturado, mas não
matado” durante a ditadura.  “Não me
arrependo de nada. Nós evoluímos, nos aperfeiçoamos e nós buscamos o consenso.
É isso que eu venho fazendo”, afirmou.

Ele também disse que seria apenas uma ironia a frase de que
“sonegaria tudo que possível”. Ao ser questionado sobre isso, Bolsonaro
sustentou que a frase significava, na verdade, que ele não sonega nada, pois
isso não é possível com impostos sobre o consumo, por exemplo. Outra declaração
que ele relativizou foi a de que “o voto não resolve os problemas do Brasil”

Sobre a intervenção militar, Bolsonaro também deixou claro a
postura do candidato, que é diferente daquela do deputado. Disse que não
defende a intervenção militar e que não fecharia o Congresso. “O [discurso
sobre] fechamento tem 20 anos. Foi um momento de indignação. O parlamento como
se encontrava e como se encontra é lamentável, mas temos de governar com ele”,
disse.

“Temos de botar um limite para o rumo do comunismo e
combater a corrupção. Se nós chegarmos ao caos, naturalmente as forças armadas
vão intervir. Eu falei em caos. Assim como se usa forças militares em Garantia
da Lei e da Ordem. Ninguém está pregando intervenção militar. Nunca falei uma
palavra favorável a isso”, afirmou.

Entre suas propostas para o País, Bolsonaro repetiu que é
favorável às privatizações, mas defendeu que é preciso ver qual modelo será
usado no caso de empresas estratégicas. “Não pode entregar essas para o capital
que pagar mais para você”, afirmou. “A China não está comprando do Brasil. Está
comprando o Brasil. Então com Golden Share (ação que mantém no governo o poder
de veto sobre decisões da empresa) ou forma de privatizar similar à Embraer,
você pode privatizar”, afirmou.

Reforma da Previdência sem militares

Bolsonaro disse que os militares não devem ter as mesmas
regras que o trabalhador do regime geral na reforma da Previdência, já que aos
militares não têm direitos como hora extra. O deputado também defendeu que,
mesmo no regime geral, ele não é a favor de que a idade mínima seja de 65 anos,
mas que haja uma gradação para que alguns grupos recebam benefício antes.

Para compor seu governo e seus ministérios, Bolsonaro
afirmou que usará somente técnicos especializados em cada área, sem indicações políticas.
“O que eu tenho diferente para apresentar é: eu duvido que eu sentado na
cadeira presidencial vai aparecer o senhor Renan Calheiros lá e dizer ‘eu quero
o Banco do Nordeste para mim’. Eu duvido que isso venha a acontecer. A forma de
fazer política como foi feita até o momento. Me perguntam como eu vou governar
sem o toma lá da cá. Eu devolveria a pergunta para vocês. Existe outra forma de
governar ou é só essa? Se é só essa, estou fora.”

(Gazeta do Povo)

Veja Também