Para Meirelles, rebaixamento não pode se transformar em “grande evento político”

A S&P rebaixou a nota do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento por causa da demora do país para implementar as reformas que devem reduzir os riscos fiscais do país

Postado em: 12-01-2018 às 18h04
Por: Guilherme Araújo
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A S&P rebaixou a nota do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento por causa da demora do país para implementar as reformas que devem reduzir os riscos fiscais do país

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse
hoje (12) que o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de
risco Standard & Poor’s, anunciado ontem (11), não pode se transformar em
“um grande evento político” do país.

“A agência faz trabalho deles e nós fazemos o
nosso. Não se deve dar um peso excessivo [ao rebaixamento], transformando isso
em um movimento político. A questão de upgrade ou downgrade é pontual, um
importante sinalizador, mas não é um grande evento político do país. Pelo
contrário, [houve uma] observação de que eles vão aguardar a aprovação de todas
medidas relevantes do ponto de vista fiscal. Nós temos nossa agenda de trabalho
e na medida que isso vai funcionando, as agências vão reconhecendo no devido
tempo”, afirmou.

A S&P rebaixou a nota do Brasil para três
níveis abaixo do grau de investimento por causa da demora do país para
implementar as reformas que devem reduzir os riscos fiscais do país. Segundo
Meirelles, a avaliação da agência é “absolutamente normal” e a equipe econômica
já possui um “histórico” de manifestar confiança na aprovação de medidas
posteriormente confirmadas pelos parlamentares, como o caso do Teto de Gastos e
da reforma trabalhista. “Continuamos seguros e confiantes que as reformas serão
aprovadas, medidas de ajuste, como [outras] já foram”.

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Sobre a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo
Maia, de que a equipe econômica do governo não pode responsabilizar o Congresso
pela não aprovação da reforma da Previdência no ano passado, Meirelles evitou
polêmicas e disse que não se pode apontar culpados.

“Acredito que todos estamos trabalhando na mesma
direção: Legislativo, Executivo, e já temos histórico comprovado de sucesso”,
afirmou. Segundo ele, as lideranças políticas do país vão continuar trabalhando
juntas.

Eleição

Perguntado sobre sua saída do Ministério da Fazenda
para disputar a Presidência da República na eleição de outubro, Meirelles
voltou a afirmar que só definirá uma eventual candidatura em abril, prazo
estabelecido pela Justiça Eleitoral para que candidatos deixem cargos públicos.

“Não tenho pensado e não vou pensar até o início de
abril nessa questão de candidatura. Tenho dito que sou ministro da Fazenda em
período integral, continuo sendo e esta candidatura será decidida ou não em
abril. Naquele momento vou tomar a decisão”. 


Com informações da Agência Brasil

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