Sem acordo, Iris apoia MDB

Prefeito disse que no momento certo vai chamar Daniel Vilela e Ronaldo Caiado para buscar um possível acordo entre os dois pré-candidatos à sucessão estadual

Postado em: 10-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeito disse que no momento certo vai chamar Daniel Vilela e Ronaldo Caiado para buscar um possível acordo entre os dois pré-candidatos à sucessão estadual

Venceslau Pimentel*

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O prefeito Iris Rezende (MDB) disse nesta sexta-feira (9) que se não houver um entendimento entre os pré-candidatos a governador Daniel Vilela (MDB) e Ronaldo Caiado (DEM) ele vai apoiar o nome do seu partido.

Sobre a visita de um grupo de prefeitos que defendem candidatura própria do partido, Iris se posicionou. “Eu disse que estou esperando que os pré-candidatos se entendam. Foi apenas isso. Foi mais uma visita de cordialidade”, afirmou, ao conferir as mudanças no trânsito no Bairro Goya.

Aos prefeitos, Iris assegurou que “está absolutamente equidistante”, e que no momento certo irá chamar o deputado federal Daniel Vilela e o senador Ronaldo Caiado, com vistas a um eventual entendimento. “Se não houver entendimento, é claro que eu vou apoiar o candidato do meu partido”, assegurou.

O avanço do apoio de prefeitos do MDB à pré-candidatura de Caiado ao governo de Goiás acendeu o sinal amarelo entre os emedebistas que defendem candidatura própria, o que favorece o deputado federal e presidente da legendam Daniel Vilela.

Como forma de contrapor à voz levantada a favor de Caiado, pelos prefeitos Ernesto Roller, de Formosa; Adib Elias, de Catalão; Paulo do Vale, de Rio Verde; e Renato de Castro, de Goianésia, a ala a favor de Vilela procurou Iris Rezende, anteontem, em busca de um posicionamento dele em relação ao assunto.

O prefeito de Goiânia tem dito em entrevista à imprensa que, como soldado do partido, vai acompanhar a decisão da maioria em relação à sucessão estadual. Por enquanto, diz estar focado em resolver questões ligadas à administração municipal, que ainda enfrenta problemas de ordem fiscal, já que ainda existe desequilíbrio entre receita e despesas.

De acordo com o prefeito, o déficit fiscal mensal caiu de R$ 30 milhões para R$ 19 milhões, mas ainda tem dívida com prestadores de serviços de R$ 380 milhões, herdados da gestão anterior.

Iris e Caiado se aliaram nas eleições de 2014, quando o emedebista disputou o governo, e Caiado, uma cadeira no Senado, pouco tempo depois de o democrata romper relações com o governador Marconi Perillo (PSDB), depois de cinco pleitos sucessivos pelo grupo denominado de Tempo Novo. Em 2016, Caiado retribuiu o apoio se engajando na campanha de Iris a prefeito da capital.

O encontro com Iris foi organizado pelos prefeitos Agenor Rezende, de Mineiros, Gilmar Alves, de Quirinópolis, e Gustavo Mendanha, de Aparecida. Na presença da primeira-dama Iris de Araújo, o prefeito da capital ouviu as ponderações dos que fizeram presentes na reunião, mas, mais uma vez não tomou partido. Nem por Daniel nem por Caiado.

Em entrevista a O Hoje, nesta semana, Daniel Vilela deixou o tom de conciliação de lado e partiu para o ataque. Disse que o partido não poderia se render “a três ou quatro prefeitos”, referindo-se aos que defendem aliança com Caiado, com este encabeçando a chapa majoritária.

Em todas as entrevistas que têm dado à imprensa, o parlamentar tem dito que o MDB não pode abrir mão de liderar o projeto de renovação da prática política no estado, por ser o maior partido de Goiás e com o maior número de prefeitos. “O MDB está na oposição há 20 anos, sempre combateu este grupo político e nunca participou deste governo, pois defendemos um outro modelo de política e de gestão, mais responsável e mais próximo das pessoas”, disse ele. “Somos também o partido de oposição com o maior número de prefeitos, de deputados, de vereadores e de filiados, e entendemos que temos, portanto, a responsabilidade de liderar esse projeto de mudança. Não vamos nos omitir deste papel”.

Para Daniel, esse é o desejo majoritário do partido manifestado ao longo do ano passado, nos encontros regionais. “Para isso entendemos que o ideal é manter a aliança de 2014 e trabalhar para ampliá-la, e este tem sido o foco do meu trabalho”. (*Especial para O Hoje) 

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