“Goiás não vai se tornar um Rio de Janeiro”

Ele defendeu o fim do Estatuto do Desarmamento, por entender que o mesmo deixou o cidadão à mercê dos bandidos

Postado em: 21-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ele defendeu o fim do Estatuto do Desarmamento, por entender que o mesmo deixou o cidadão à mercê dos bandidos

Venceslau Pimentel

Em visita de cortesia ao presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB), o secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Júnior, disse ontem que o serviço de inteligência da polícia está atenta a eventual entrada em Goiás de bandidos do Rio de Janeiro, por conta da intervenção federal naquele estado. Irapuan afirmou ter aceitado o convite do governador Marconi Perillo (PSDB) para comandar a segurança pública no Estado “para que Goiás não se torne um Rio de Janeiro”. Ele defendeu o fim do Estatuto do Desarmamento, por entender que o mesmo deixou o cidadão à mercê dos bandidos. Também considera pertinente a proposta de criação do Sistema Único de Segurança Pública. 

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O Hoje – Qual o motivo da visita ao presidente da Assembleia, José Vitti? Pode sair uma parceria com o Parlamento?

Irapuan – É uma visita de cortesia. Eu digo que no barco da segurança estamos todos juntos aqui, porque a ameaça cada vez crescente do crime, que pode atingir alguns de nós aqui, quando chegar em casa pode ser assaltado, se estiver na rua pode ter o celular roubado e até coisas mais sérias que a gente vê acontecer por aí. Temos de nos unir. O cidadão e o policial têm de estar unidos para enfrentar o bandido.

Já foram definidas as primeiras ações sob o seu comando na Secretaria?

Os terminais de ônibus estão hoje bem mais policiados. Qualquer pessoa que passar por eles vai ver isso. É uma reação imediata ao aumento desse tipo de crime. Nos terminais as pessoas estavam totalmente inseguras.

A Secretaria tem alguma estratégia em vista para conter possível entrada em Goiás de bandidos do Rio de Janeiro, por conta da intervenção federal na área de segurança pública?

Tem sim. A inteligência da nossa polícia está acompanhando essa questão de perto, para agir rapidamente se for preciso.

O senhor defende a criação do Sistema único de Segurança Pública? Considera essa proposta viável?

Considero. E já está em andamento. Já houve uma época em que havia uma rivalidade muito grande entre as duas polícias: a Militar e a Civil. Menos o Corpo de Bombeiros, que é bem mais tranquilo. Mas isso tem diminuído. As policias têm trabalhado de forma integrada em várias operações. A integração está marchando, está cada vez maior.

Quando o senhor tomou posse no cargo de secretário fez críticas ao Estatuto do Desarmamento. O senhor é contra ele?

Sou totalmente contra o Estatuto. O Estatuto deixou o cidadão muito a mercê do bandido, deixou o bandido muito confiante. Se isso é verdade na cidade, é muito mais uma realidade no campo. O fazendeiro, hoje, ele está sendo assaltado. Roubam o seu gado, o seu trator e até fertilizantes e defensivos. Famílias estão sendo espancadas. É uma situação grave, porque lá é difícil chegar o policiamento a tempo.

Qual o maior desafio de retornar à vida pública depois de tanto tempo fora dela?

O desafio é grande, mas cada um de nós tem de cumprir o seu dever. Eu cito sempre a história do beija-flor na floresta, que pegava fogo. O pássaro pegava água no bico e tentava apagar o incêndio. E aí a capivara perguntava que brincadeira era aquela, de apagar o fogo com aquela quantidade de água. O beija-flor respondia que estava fazendo a parte dele.

O que o levou a aceitar o convite do governador Marconi Perillo e de seu vice, José Eliton, para assumir uma pasta tão complexa?

Foi a vontade de dar a minha colaboração para que Goiás não se torne um Rio de Janeiro. Acho que todos nós temos de fazer força para que isso não aconteça. Eu vivi no Rio de Janeiro de 1956 a 1961. Era uma cidade maravilhosa, e hoje você não tem segurança nem no Leblon, nem em Copacabana, nem em Ipanema. 

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