Quinta-feira, 28 de março de 2024

Justiça Federal torna Cabral réu pela 23ª vez na Lava Jato

Cabral responde por corrupção passiva por, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, ter aceitado promessa e recebido pelo menos R$ 1 milhão do então secretário da Seap

Postado em: 20-04-2018 às 14h40
Por: Victor Pimenta
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Cabral responde por corrupção passiva por, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, ter aceitado promessa e recebido pelo menos R$ 1 milhão do então secretário da Seap

A juíza federal Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal
Criminal do Rio de Janeiro, tornou hoje (20) o ex-governador Sérgio Cabral réu
pela 23ª vez, em desdobramento da Operação Lava Jato. Desta vez, o
ex-governador e mais 25 pessoas são acusadas de corrupção ativa e passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa na Operação Pão Nosso – deflagrada
no mês passado, que revelou ramificação da organização criminosa em contratos
da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Cabral responde por corrupção passiva por, de acordo com a
denúncia do Ministério Público Federal, ter aceitado promessa e recebido pelo
menos R$ 1 milhão do então secretário da Seap, o coronel reformado da Polícia
Militar César Rubens Monteiro de Carvalho, e do ex-subsecretário Marcos
Vinicius Lips, que também viraram réus. Mesmo com diversas irregularidades
apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), o então secretário à época
renovou o fornecimento de refeições para os presídios com a empresa Induspan,
de propriedade de Carlos Felipe Paiva, outro denunciado no esquema.

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Propina

Um dos operadores financeiros de Sérgio Cabral revelou, em
colaboração premiada, que parte da propina recebida na Seap era repassada ao
ex-governador, mas sem a definição de percentual fixo como identificado em
outras secretarias já investigadas. Segundo a denúncia, para receber a propina,
Carvalho utilizava duas empresas das quais era sócio, a Intermundos Câmbio e
Turismo e a Precisão Indústria e Comércio de Mármores. O sócio dele é Marcos
Lips, apontado como responsável pela entrega de dinheiro em espécie ao núcleo
central da organização criminosa que operava no estado do Rio de Janeiro na
gestão do ex-governador Sérgio Cabral.

O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, foi procurado pela reportagem e respondeu por meio de nota que, assim como as anteriores, a nova denúncia do MPF “não atribui qualquer conduta direta ao ex-governador, apenas supõe o seu consentimento com a atuação de terceiros”. A nota diz ainda que Cabral nunca tomou conhecimento de “qualquer desvio de conduta por parte dos agentes públicos ligados à Seap ou a outro órgão do seu governo”. 

 Fonte: Agência Brasil.

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