Forças políticas mobilizam campanha pró-Bolsonaro

Políticos goianos declaram apoio ao capitão e vão ajudar a reforçar campanha pelo Estado

Postado em: 15-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Políticos goianos declaram apoio ao capitão e vão ajudar a reforçar campanha pelo Estado

Rafael Oliveira*

Em Goiás, o governador eleito, Ronaldo Caiado (DEM), declarou na última semana, apoiar e ajudar a construir a eleição à Presidência de Jair Bolsonaro, neste segundo turno. Recentemente, o senador Wilder Morais (DEM) foi além e inaugurou um comitê de campanha para concentrar as articulações políticas no Estado.

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Neste domingo (14) foi a vez do ministro das Cidades e presidente estadual do PP, Alexandre Baldy, chancelar, através de um vídeo publicado em uma rede social apoio ao capitão Jair Bolsonaro no segundo turno. Baldy ainda confirmou a adesão de outros pepistas, como o senador eleito pelo partido, Vanderlan Cardoso, os deputados federais Heuler Cruvinel, professor Alcides, Adriano Baldy e o deputado estadual eleito Coronel Adailton.

“Desta forma, peço a cada um e a cada uma que esteve junto de nós no primeiro turno, que até o dia 28, possamos trabalhar para que a expressiva maioria dos goianos escolha o 17 e confirme”, disse Baldy.

O ministro se encontrou pessoalmente com Bolsonaro e, após ouvir que o programa Minha Casa, Minha Vida seria mantido e ampliado, declarou apoio formal. O programa está na agenda de afazeres do ministério de Baldy. “Fui pessoalmente ao encontro do próximo presidente Jair Bolsonaro, que esclareceu o seu compromisso de não apenas manter, mas de ampliar e melhorar o Programa Minha Casa Minha Vida; torná-lo mais simples, mais acessível, reduzir fraudes e taxas de juros. O Minha Casa, Minha Vida gera emprego e renda em cada canto do Brasil e, principalmente, realiza o sonho de milhões de famílias brasileiras com a conquista da casa própria”, declarou o ministro. 

A candidata a vice-presidente na chapa tucana, derrotada na eleição de domingo, a senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que pretende seguir a decisão tomada pelo diretório estadual do seu partido em apoiar neste segundo turno o candidato doPSL , Jair Bolsonaro. A senadora anunciou sua posição nas redes sociais, ao dizer que apoia o deputado federal carioca para evitar que ‘o país corra o risco de o PT voltar ao poder”.

Em Brasília, Ana Amélia recebeu um telefonema do presidente do partido no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, comunicando que a direção oficializaria o apoio a Bolsonaro. A cúpula do PP já se reuniu a nível nacional para formalizar a decisão.

Na prática, parte dos quadros gaúchos do PP já tinha abandonado a chapa de Alckmin e Ana Amélia no primeiro turno. 

Eleito senador, Luis Carlos Heinze fez campanha por Bolsonaro e recebeu o maior número de votos na eleição do domingo. Ele disputou o Senado depois que a própria Ana Amélia desistiu para compor a chapa com o tucano.

— Vou cumprir a decisão do partido. Não tem desconforto. É questão de escolhas, e fazemos escolhas. Eu mesmo escolhi disputar a vice ao lado de Alckmin. Não tenho como não tomar posição. Neutralidade é uma coisa que o gaúcho não aceita — disse Ana Amélia.

A senadora disse que cumpriu seu papel como vice de Alckmin, afirmando que está com “a alma e o coração lavados” com a campanha feita pela dupla. Quando deixar o Senado, Ana Amélia pretende fazer um curso no exterior de inglês e talvez um curso de ciência política.

Perguntada sobre a reação das mulheres ao candidato Bolsonaro, Ana Amélia disse que houve manifestação contra o candidato e a favor. Ao comentar o resultado da eleição, com Alckmin ficando em quarto lugar, Ana Amélia disse que ainda está entendendo o “fenômeno” da candidatura de Bolsonaro.

— Acredito que houve um desgaste geral do sistema político nesta eleição. É preciso que as lideranças partidárias percebam isso. A população tomou uma posição de negação de tudo — disse ela.

Nas redes sociais, a senadora informou sua decisão. “Fui uma das maiores defensoras do impeachment de Dilma Rousseff e uma das vozes maios fortes do Senado contra o desgoverno do PT no Brasil. Não quero que o país corra o risco de o PT voltar ao poder. Será uma ameaça à democracia e, especialmente, à Lava-Jato. Por essas razões, seguirei a decisão do PP do Rio Grande do Sul, apoiando no segundo turno a candidatura de Bolsonaro à Presidência da República”, escreveu ela.

O PP decidiu agilizar a declaração de apoio a Bolsonaro depois que o MDB do governador José Ivo Sartori anunciou a adesão ao candidato do PSL pela manhã. Na corrida eleitoral do Rio Grande do Sul, Sartori disputa com o candidato do PSDB, Eduardo Leite, coligado com o PP. Com a presença de Sartori, o MDB divulgou nota afirmando que “compreendendo a posição majoritária do povo gaúcho, recomendava voto em Jair Bolsonaro”.

Eduardo Leite disse que tem divergências com certas posições de Bolsonaro, mas que não admite a volta do PT ao poder.

Votação

Jair Bolsonaro recebeu 57,24% dos votos válidos em Goiás, o que revela a preferência do eleitorado goiano pelo candidato do PSL. O petista Fernando Haddad ficou em segundo lugar com 21,86%, seguido por Ciro Gomes que teve 8,60%. (*Especial para O Hoje)

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