Moro quer plano anticrime simples para aprovação no Congresso

Juiz federal se reuniu na tarde desta quinta-feira (8/11) com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, para discutir a transição de governo

Postado em: 08-11-2018 às 18h35
Por: Lucas de Godoi
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Juiz federal se reuniu na tarde desta quinta-feira (8/11) com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, para discutir a transição de governo

O atual ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o futuro ministro Sergio Moro tiveram reunião do governo de transição ( Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O juiz federal Sergio Moro se reuniu na tarde desta
quinta-feira (8/11) com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, para discutir a
transição de governo. Em janeiro, Moro assumirá o superministério da
Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. O futuro ministro
disse que a insatisfação popular com a segurança foi um recado dado pelas
urnas e o momento do país pede a aprovação de medidas legislativas para
“equacionar” o problema. 

“As eleições transmitiram um recado que há uma
insatisfação grande da população com a segurança pública, que é um problema
sério, difícil de ser tratado, e precisa ser equacionado. Em parte,
equacionado por medidas executivas, independentemente de leis, mas é um momento
propício para apresentação de um projeto legislativo”, afirmou. 

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Dez medidas

Moro acrescentou que parte das 10 medidas de combate à
corrupção, apresentadas pelo Ministério Público, poderão ser resgatadas em um
pacote legislativo que será submetido ao Congresso, mas outros pontos
serão descartados. Ele não quis detalhar o que será levado adiante. 

“Seria péssimo adiantar algumas dessas ideias sem que
elas estivessem suficientemente amadurecidas. (…) A ideia é um plano forte,
mas simples, para que seja aprovado em tempo breve no Congresso. [Um
plano] anticorrupção e anticrime organizado. São as duas prioridades da próxima
gestão”.

Perguntado sobre a superlotação dos presídios do país, Moro
admitiu que é preciso criar vagas no setor, e defendeu um endurecimento para
quem pratica crimes graves. “É inequívoco que existe, no sistema
carcerário, muitas vezes, um tratamento leniente, a meu ver, para crimes
praticados com extrema gravidade. Casos de homicídio qualificado, de
pessoas que ficam poucos anos presos em regime fechado. Para esse tipo de
crime, tem que haver um endurecimento”, acrescentou.

Continuidade

O encontro de Torquato e Moro durou menos de uma hora. Em
rápidas palavras, o atual ministro desejou sorte ao juiz e disse que, se ele
conseguir repetir a atuação “brilhante” que teve na
magistratura, também terá sucesso à frente da pasta. 

Sergio Moro ressaltou que quer dar continuidade ao trabalho
que vem sendo realizado na área e aprofundar o que ele considera os avanços dos
últimos anos. “A intenção é dar continuidade ao bom trabalho que vem
sendo realizado, aos bons projetos que estão sendo executados, para evitar aí
perda de continuidade. Não sou daqueles que assumem reclamando que existe
uma herança maldita”, disse. (Agência Brasil)    

 

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