Episódio de Flávio Bolsonaro não impactará reformas, diz líder do governo

Para o 01 de Bolsonaro, como ficou conhecido o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL) durante a campanha, as articulações serão feitas paralelamente ao processo que envolve ministro do governo

Postado em: 16-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Para o 01 de Bolsonaro, como ficou conhecido o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL) durante a campanha, as articulações serão feitas paralelamente ao processo que envolve ministro do governo

Raphael
Bezerra*

O deputado federal
e líder do governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional, Major Vitor
Hugo (PSL), não tem dúvidas quanto à aprovação da Reforma da Previdência na
Câmara dos Deputados. Para o articulador, mesmo com as denúncias envolvendo o
partido e ministros do governo, a movimentação da pauta no Congresso acontecerá
paralelamente às denúncias que serão investigadas no âmbito jurídico. A reforma
da previdência, segundo o deputado, deve ser entregue à Câmara dos Deputados já
na próxima quarta-feira. Os detalhes foram firmados em reunião na última quarta-feira
(13) pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, Casa Civil, Onyx Lorenzoni e o
presidente, Jair Bolsonaro.

Vitor Hugo
esclarece que as dificuldades em articular com a base do governo também ocorrem
devido à ausência do presidente,  que
estava internado até a última quarta-feira, após uma série de cirurgias. “Agora
que o presidente voltou a despachar de Brasília vai ser melhor. Encontrei com
ele ontem, conversamos por duas horas, falamos sobre os partidos políticos, a
nossa base, também comentados as boas vitórias que tivemos nessa última
semana”, exemplifica.

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Café com a base

Major disse
à reportagem que sugeriu um café da manhã com o presidente e os parlamentares
do PSL na próxima semana. O pedido foi acatado pelo presidente e a reunião deve
ocorrer no Palácio da Esplanada. Além disso, ele também já ajustou detalhes de
outro encontro com os deputados que podem compor a base do governo. A reunião
será realizada antes da apresentação do projeto no Congresso. As discussões fazem
parte de uma estratégia do líder em formatar a base e dar os esclarecimentos
para os parlamentares sobre a reforma da previdência, além de alinhar os
detalhes do projeto com os partidos.

Sobre
disputas internas, o deputado esclarece que a relação com o presidente Jair
Bolsonaro é tranquila e que em nenhum momento o presidente demonstrou
insatisfação com sua liderança.  Em
conversa com ministros, ficou certo que ele conta com o aval de Onyx, que ele
considera importante. Apesar das críticas que recebeu de dentro do próprio
partido, ele vê o cenário propício para a defesa dos interesses do governo.
Anteriormente, seu colega de bancada e também goiano, Delegado Waldir (PSL),
disse que o major precisa se fortalecer para permanecer no cargo.

Fora do
partido, alguns ministros do governo e o presidente da Câmara dos Deputados
Federais, Rodrigo Maia (Democratas), acham o ministro “excessivamente cru para
a função de angariar apoio”. O líder de Bolsonaro rebate as críticas e diz que
tem se empenhado em se reunir com ministros e buscado o apoio para formatar a
base.

Apoio nas articulações

Para
reforçar a liderança do major Vitor Hugo nas articulações com os partidos, o
próprio major sugeriu nomes para compor a vice-liderança para garantir uma
formatação da base. Integrantes do planalto acataram a ideia e pediram aos
líderes dos partidos aliados para sugerirem nomes para as funções de vice-líder
na Câmara. O 01 não se sente incomodado com a ideia de ter apoio na
articulação, para ele, a medida é necessária e natural.

Segundo
levantamento não oficial do major, o governo pode contar com 372 deputados dos
513 eleitos para esta legislatura. O trabalho para a aprovação da Reforma da
Previdência já começa a acontecer. “Vamos conversar com todos os partidos que
se dispuserem a dialogar. Nosso interesse é em buscar soluções para o país”.

CORRELATA

Suspeita de uso de laranjas em campanha não
devem interferir

Para Vitor Hugo,
o caso que envolve o PSL, ministro Secretaria-Geral da Presidência Gustavo
Bebianno e o presidente do partido, Luciano Bivar, suspeitos de envolvimento em
campanha laranjas, não deve interferir no apoio dos partidos à reforma da
previdência. “As duas coisas vão correr paralelamente. A minha preocupação
extrapola o PSL. A gente entende que essas dúvidas acerca desse caso vai ser
esclarecido, eu vou me preocupar com a relação com o PSL e com os demais
partidos. Não acho que isso vai ter nenhum impacto na aprovação da reforma”,
confirmou.

O presidente
informou que determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar
suspeitas de desvios de recursos do Fundo Partidário destinados ao PSL por meio
de candidaturas laranjas nas eleições de 2018.

Bebianno
presidiu o partido durante o período eleitoral. “Se(o Bebianno) estiver
envolvido e, logicamente, responsabilizado, lamentavelmente o destino não pode
ser outro a não ser voltar às suas origens”, afirmou o presidente. Na tarde de
ontem, o presidente, junto ao ministro da Casa Civil, OnyxLorenzoni, definiram
a permanência do ministro na pasta.

A Folha
revelou que um grupo ligado ao atual presidente nacional do partido, Luciano
Bivar (PSL-PE), deputado federal que ocupa a vice-presidência da Câmara dos
Deputados, teria criado uma candidata laranja em Pernambuco para concorrer a
uma vaga na Casa.

Maria de
Lourdes Paixão recebeu 400 mil reais do partido e obteve apenas 274 votos. Foi
a terceira candidata com maior repasse do PSL no país. Em comparação, a
candidatura do presidente Jair Bolsonaro recebeu 269 mil reais do partido.

A candidata afirma que gastou quase toda a verba
em uma gráfica para a confecção de santinhos e adesivos. No entanto, a
reportagem da Folha visitou os endereços relacionados à gráfica e não encontrou
sinais de que a empresa tenha funcionado durante as últimas eleições.
(*Especial para O Hoje)

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