CDTC tem maioria para aprovar tarifa

Representantes do legislativo goiano se reuniram com o presidente da CDTC, Jânio Darrot, para tentar adiantar a reunião que pode decretar o aumento

Postado em: 21-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Representantes do legislativo goiano se reuniram com o presidente da CDTC, Jânio Darrot, para tentar adiantar a reunião que pode decretar o aumento

Raphael Bezerra*

A maioria dos membros do Conselho Deliberativo do Transporte Coletivo (CDTC) vão votar pela aprovação do aumento na tarifa do transporte coletivo na Região Metropolitana em deliberação a ser realizada hoje. Segundo o vereador de Goiânia e membro no conselho, os parlamentares goianos tentaram, em reunião, adiar a votação da tarifa para que sejam analisados os investimentos feitos pelas empresas que controlam o transporte em Goiás. Após se reunir com o presidente da CDTC, Kitão afirmou ao Hoje que a maioria dos membros do conselho devem aprovar o aumento da tarifa e que os vereadores podem acionar a justiça para julgar o caso.

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Os vereadores da Câmara Municipal de Goiânia são unânimes contra o aumento da tarifa do transporte coletivo na capital. Pelo menos 15 vereadores se reuniram com o prefeito de Trindade e presidente do Conselho Deliberativo do Transporte Coletivo (CDTC) das regiões metropolitanas para tentar adiar a votação do aumento do transporte que ocorre hoje. 

O objetivo da reunião, no entanto, foi também apresentar soluções e sugestões dos vereadores para o presidente do órgão representativo.  sugerir soluções que resolvam o problema do transporte coletivo ao invés de simplesmente atualizar a tarifa como é feito anualmente”, explana Kitão. Ele explicou que, os vereadores sugeriram a criação de fundos para investimento no transporte coletivo e que novas licitações sejam feitas.

Kitão também destaca que foram tratados durante o encontro a possibilidade de saída do governo estadual e da Agência Goiana de Regulação (AGR) da CDTC. “A ideia é primeiro cobrar as contrapartidas que foram acordadas com as empresas anteriormente para a melhora direta do transporte coletivo e, posteriormente, discutir as soluções que envolvem o governo estadual e os municípios da região metropolitana, como fiscalização”, afirma.

Nem todos os vereadores participaram da reunião devido a outros compromissos. Entretanto, durante a semana o tema foi amplamente discutido nas sessões plenárias e reuniões realizadas pelos parlamentares e, segundo Kitão, e unânime a contrariedade dos vereados quanto ao aumento da tarifa. Ele explica que as contrapartidas das empresas não foram apresentadas de forma adequadas, e por isso, tentam impedir o processo por meio de projeto de lei.

O vereador explica ainda que o projeto de lei tem forças para barrar o aumento, mas caso não seja garantido, os parlamentares deverão buscar a justiça para que o ajuste seja feito apenas após a comprovação de investimento das empresas do transporte coletivo na capital. “Outros vereadores de outras cidades também podem aderir ao projeto”, completa.

Alguns, inclusive da base de apoio do prefeito Iris Rezende, MDB, querem que o Legislativo assuma uma postura crítica e contrária ao reajuste. “Não podemos aceitar isso. A população não pode ser mais sacrificada”, observou Clécio Alves, do MDB.

O plenário aprovou igualmente o requerimento do vereador Felizberto Tavares, PR, para a realização de uma audiência pública na Casa para debater o assunto, bem como, em primeira votação, o projeto de lei (192/2018), da vereadora Tatiana Lemos (PC do B) que veda aumento de tarifa sem melhorias correspondentes no transporte público.

Críticas

“O transporte coletivo de Goiânia é de péssima qualidade, com falta de ônibus, atrasos e outros absurdos. O que se observa é apenas a ganância dos donos das empresas em ganhar mais dinheiro. Essas empresas são uma caixa-preta, pois ninguém tem acesso às planilhas de custos. Se o projeto for aprovado esta semana teremos condições de inviabilizar esse aumento”, afirmou Tatiana.

Clécio Alves lembrou que “o usuário não suporta mais esse transporte de horroroso, desqualificado. As empresas só pensam em lucrar mais e mais”. O vereador teceu pesadas críticas ao presidente da Companhia Municipal de Trânsito Público (CMTC), Fernando Meireles, a quem chamou “de um desastre, um enrolador, um lixo reciclável. Ele deveria promover novas licitações para que novas empresas participem do processo, o que melhoria o transporte público. O que temos hoje é uma verdadeira máfia do transporte coletivo”.

O presidente da Câmara, GCM Romário Policarpo (Pros) disse que “esta Casa vai tomar uma posição sobre o assunto. Concordo que novas licitações vão baratear o preço das passagens”. 

Denício Trindade(SD) cobrou da Casa uma posição sobre o assunto: “Não podemos nos omitir diante de um fato tão grave”. Também falaram sobre o assunto os vereadores Milton Mercêz (PRP) Anselmo Pereira(PSDB)Zander Fábio, Patriota e Cabo Senna (PRP). (* Especial para O Hoje)

 

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