Base do governo inicia articulação para unidade em 2020

Rubens Salomão

Postado em: 14-04-2019 às 19h55
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Base do governo inicia articulação para unidade em 2020
Rubens Salomão

Mesmo contra as circunstâncias, a base política do
governador Ronaldo Caiado (DEM) trabalhará para garantir a unidade para a
disputa das eleições municipais de 2020, ao menos nas principais cidades do
estado. A avaliação é do secretário de Governo e articulador palaciano, Ernesto
Roller. “Sem dúvida. O governo tem seu viés técnico, mas não podemos descuidar
porque também é político. O governo vai sim conversar e ajudar no sentido de
formatar uma base prefeitos e vereadores”, define. As circunstâncias, no entanto,
são de desunião dos partidos aliados por conta no não atendimento de demandas e
indicações na estrutura do estado. Vagas que, inclusive, ficarão ainda mais
minguadas depois da segunda parte da reforma administrativa. Além disso, as
siglas já se preparam para a primeira eleição sem possibilidade de coligações
para chapas proporcionais, neste caso, nas disputas a vereador. Diante disso,
quase todos os partidos planejam lançar candidaturas próprias nos grandes
municípios para liderar a busca de votos dos pretensos parlamentares.

Conhecimento

Roller reconhece que o cenário não é dos mais fáceis para
fechar alianças entre os partidos para que se juntem em torno de candidatos
caiadistas pelo interior, mas garante que as conversas serão realizadas neste
sentido.

Continua após a publicidade

Realidade local

“Claro que todos os partidos querem o seu crescimento e isso
é legítimo. Agora, claro que vamos tentar intermediar no sentido de que haja
junção, onde for possível. Existem lugares em que isso não será possível”,
admite.

Tucanos contra o
espelho

Atual maior liderança tucana, o governador de São Paulo,
João Doria, disse que o PSDB encomendou uma pesquisa para avaliar entre outras
coisas a possibilidade de uma mudança no nome do partido. “Nós vamos estudar. Defendo que façamos uma pesquisa a partir de
junho. Já está previsto, inclusive. E que esta ampla pesquisa nacional avalie
também o próprio nome do PSDB”, disse Doria ontem, depois de participar da
convenção municipal do partido de São Paulo. “Melhor do que o achismo e o personalismo é a pesquisa, ela
representa a convicção daquilo que emana da opinião pública”, justificou.
Segundo Doria, a reavaliação dos rumos do PSDB não representa uma guinada à
direita abandonando o legado social-democrata tucano, como temem algumas lideranças
históricas da legenda. “O caminho do
PSDB deve valorizar a sua história. Hoje o PSDB caminha para ser um partido de
centro com respeito à esquerda e à direita com definições claras em suas
políticas sociais,mas também liberal na política econômica”, disse Doria.

CURTAS

Comparação – A polarização
política no Brasil atingiu um nível elevado de intolerância que supera a
média internacional de 27 países observados pelo Instituto Ipsos.

Nós contra eles
Levantamento mostra que brasileiros estão menos propensos a aceitar as
diferenças: 32% acreditam que não vale a pena tentar conversar. 

Realidade – O
índice nacional é maior do que quase todos os países pesquisados – que ficou,
na média, em 24% –, atrás apenas de Índia (35%) e África do Sul (33%).

Ações e reações

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou disse concorda
com as preocupações provocadas no mercado pelo recuo do presidente Jair
Bolsonaro (PSL), que decidiu suspender
a alta do diesel pela Petrobras nas refinarias, na última semana.

Reconhecimento

“É evidente que aparentemente já houve um efeito ruim”,
afirmou o ministro, após participar de reuniões com autoridades do Fundo
Monetário Internacional (FMI), neste fim de semana em Washington.

Passar o pano

“O presidente tem
virtudes, fez muita coisa acertada e já disse que não conhece muito a economia.
Então, se ele eventualmente fizer alguma coisa que não seja razoável, nós
conseguimos consertar. Uma conversa conserta tudo”, afirmou Guedes.

Bolso do colete

A PEC que pretende turbinar as emendas impositivas em 1,2%
da receita corrente líquida em 2020 continua nas mãos do relator Henrique
Arantes (PTB) e, mesmo se for devolvida nesta semana, só deverá ser votada
depois da semana santa.

Pressão

Os deputados da oposição assistem a aliados do governo
usando a proposta para pressionar o palácio nas negociações por cargos e
consolidação da base caiadistas na Assembleia Legislativa. Se for ao plenário,
a votação é secreta.

Feriadão

Como adiantado aqui, a reforma administrativa e
pacote de projetos do governo só devem chegar na próxima semana. Reunião de
deputados com o governador, também. 

Veja Também