Pré-candidatos à Prefeitura de Goiânia estão em busca do capital político de Bolsonaro

Disputa é por quase 500 mil votos obtidos no primeiro e segundo turno das eleições de 2018| Foto: Divulgação

Postado em: 11-06-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Disputa é por quase 500 mil votos obtidos no primeiro e segundo turno das eleições de 2018| Foto: Divulgação

Raphael Bezerra 

O capital eleitoral do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em Goiânia, será disputado, voto a voto, por simpatizantes que vão desde os mais comedidos, aos mais fiéis ao presidente e sua ideologia. Até mesmo o prefeito da Capital e possível candidato à reeleição, Iris Rezende (MDB), já se aproximou de Bolsonaro em novembro do ano passado em visita do presidente à Capital.

O Democracia Cristã (DC) abocanhou boa parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro, que devem disputar as cadeiras no Poder Legislativo goiano, mas o foco principal é a caneta do Poder Executivo. Expulso do Partido Verde (PV), o deputado estadual Eduardo Prado é uma das principais figuras para capitalizar esse eleitorado na Capital, mas enfrenta resistência do grupo mais radical que não tolera críticas à Bolsonaro.

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Eduardo Prado, ao O Hoje, aponta que já existem conversas iniciais com o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Vitor Hugo (PSL). “São conversas iniciais. O Bolsonaro conhece o meu trabalho como delegado, sabe das minhas qualidades e acredito que posso contribuir nesse debate”, aponta.

“O presidente Bolsonaro não vai se manifestar, por enquanto. Eu liguei para ele (Vitor Hugo) por duas vezes. O único nome para representar o presidente, de uma forma mais ponderada é o meu. O apoio do Major Vitor Hugo é imprescindível para este processo”, acrescenta o deputado. 

A construção de uma chapa com mais peso para disputar a prefeitura se firmará com a conquista de outros partidos como o PRB, sendo o deputado federal João Campos. 

A frustrada criação do partido Aliança pelo Brasil dividiu boa parte dos apoiadores de Bolsonaro. Antes de romper com seu antigo partido, o PSL, o presidente realizou um evento de filiação para organizar os apoiadores. Com o rompimento, houve uma adesão ao DC, comandado por Alexandre Magalhães. 

Outro nome que figura na pré-candidatura e na disputa pelo apoio bolsonarista é o professor de inglês Gustavo Gayer. Ele ficou conhecido nacionalmente após afirmar que o protesto de enfermeiras em Brasília era falso. Membro da frente Conservadora de Goiânia, Gayer diz que o objetivo do movimento é “colocar pessoas conservadores na Câmara dos Vereadores”. 

“Não temos essa representação dentro da Câmara. No decorrer do tempo, muitas pessoas começaram a pedir que eu me candidatasse a prefeito. Nos filiamos ao DC. Eu ainda não sei se é isso que eu quero, é um jogo sujo. O governador [Ronaldo Caiado] já tentou me colocar na delegacia por crimes cibernéticos, a grande mídia me colocou como agressor de enfermeiras e isso deixou minha família abalada”, diz incerto sobre sua candidatura.

Ele aponta, no entanto, que não há um movimento para capitalizar os votos de Bolsonaro em Goiânia. “Nossa cidade, que é em grande maioria conservadora, não tem representantes. Queremos conservadores na máquina pública”, argumenta. Gayer acredita que há candidatos que tentam se apropriar do discurso conservador para garantir votos. 

O movimento conservador, no entanto, não admite críticas ou qualquer postura que não seja de adesão completa ao bolsonarismo. Gayer critica, inclusive, o pré-candidato do DC, Eduardo Prado. “Prado já atacou Bolsonaro em vários momentos, posta frases de Paulo Freire e não saiu em defesa do presidente. Acho muito difícil ele ter apoio do eleitorado do Bolsonaro em Goiânia”, comentou.

A articulação de Gayer, no entanto, ainda não andou. Ele diz que não há diálogos com outros movimentos e aponta que Vitor Hugo não é o representante de Jair Bolsonaro em Goiânia. “A gente ainda não viu a atuação dele em Goiás, nunca o vimos atuando aqui. Não tivemos negociação alguma, pois muitos de nós nãos o vemos como alguém que vai impulsionar a candidatura de alguém aqui em Goiânia. Mas queremos que ele tome a melhor decisão e não jogue mais um oportunista no ciclo de Bolsonaro”, completa. (Especial para O Hoje) 

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