Entenda por que é mais fácil retirar pacientes de Manaus do que levar Oxigênio ao AM

Além do transporte do produto ser algo complexo, um dos aviões da FAB que poderiam fazer translado estaria quebrado | Foto: reprodução/FAB

Postado em: 15-01-2021 às 20h25
Por: Carlos Nathan Sampaio
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Além do transporte do produto ser algo complexo, um dos aviões da FAB que poderiam fazer translado estaria quebrado | Foto: reprodução/FAB

Nathan Sampaio

Muitas dúvidas surgiram com a ideia de retirar pacientes com covid-19 de Manaus, capital do Amazonas, após caos instalado resultar na morte de mais de 30 pessoas por asfixia, causada pela falta de fornecimento de oxigênio, em hospitais públicos da capital nortenha, desde esta quinta-feira (14/01). Pessoas perguntaram pela redes sociais se não seria mais fácil levar mais oxigênio à cidade, do que transferir doentes para outros lugares.

O superintendente do Hospital das Clínicas (HC) de Goiânia, Zé Garcia, explicou que o transporte de oxigênio ocorre por cilindros e é algo muito complexo de ser realizado pelo ar, o que dificulta a chegada em Manaus, que acaba sendo por terra e principalmente por barcos, o que demora muito mais do que retirar os pacientes do Estado. “São poucas as aeronaves preparadas para fazer o transporte deste material, por isso houve o pedido de ajuda até para uma empresa na Venezuela, que possui aviões dos EUA capazes de levar Oxigênio ao Amazonas”, disse.

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Zé Garcia adiantou também, ao O Hoje, que o HC está com 20 leitos prontos para receber pacientes vindos de Manaus, mas que a data de chegada deles é incerta. A expectativa é de que cheguem neste sábado (16). A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás e com a Secretária de Saúde de Goiânia para saber quais eram os fornecedores de oxigênio na capital goiana e quanto de estoque há, mas ambas não responderam até o fechamento desta matéria.

Ainda sobre a questão do oxigênio em Manaus, vale lembrar que ela foi parcialmente resolvida após mobilização nacional de famosos e outras pessoas que ajudaram a arrecadar dinheiro para a compra de cilindros. Além disso, o governo do Amazonas também informou conseguiu mais oxigênio suficiente para, pelo menos, dois dias.

Outros dois fatos que colaboraram para que o colapso em Manaus chegasse a esse ponto, de acordo com informações de veículos nacionais como G1, Folha e O Globo, é que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que poderia ajudar no transporte do oxigênio, teria quebrado e que o Ministério da Saúde já sabia desde sábado (9) da possibilidade de faltar oxigênio em Manaus. De acordo com Igor da Silva Spindola, procurador da República do Amazonas, que atua na área de saúde no estado. Ele abriu um processo contra o governo estadual e federal para apurar a responsabilidade pela falta de oxigênio no estado. 

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