Quinta-feira, 28 de março de 2024

IPTU Social e Renda Família de Rogério Cruz são inócuos

Nem mesmo 5% da população de Goiânia será beneficiada, enquanto o auxílio emergencial do presidente Bolsonaro apoiou 32% dos brasileiros | Foto: reprodução

Postado em: 06-03-2021 às 08h00
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: IPTU Social e Renda Família de Rogério Cruz são inócuos
Nem mesmo 5% da população de Goiânia será beneficiada, enquanto o auxílio emergencial do presidente Bolsonaro apoiou 32% dos brasileiros | Foto: reprodução

José Luiz Bittencourt

O prefeito não eleito de
Goiânia Rogério Cruz mostrou-se rápido e certeiro para
implantar as duas principais
promessas de campanha do
prefeito eleito de Goiânia Maguito Vilela, infelizmente falecido. Em janeiro, já havia
aprovado todas as providências indispensáveis para o
IPTU Social, que teoricamente isenta 60 mil famílias de
baixa renda de pagar o tributo. Mais um mês, um fevereiro de apenas 20 dias úteis,
e estava pronto o programa
Renda Família, também em
tese destinado a pagar um
salário de R$ 300 reais durante seis meses para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Ponto para Rogério Cruz,
que de fato anda precisando de
algum estímulo. Mas…. ooops,
velocidade demais atrapalha o
equilíbrio. Será que o IPTU Social e o Renda Família merecem mesmo o nome de programas sociais, isto é, poderiam ser considerados como
iniciativas de governo capaz de
realmente compensar os prejuízos que a pandemia está
impondo para as faixas mais
carentes das goianienses e dos
goianienses? Se depender do
número de beneficiários, negativo. não dá. Tanto um como
o outro são ferramentas diretas de distribuição de auxílio
monetário extremamente limitadas, com exigências claramente colocadas para reduzir o total de favorecidos.

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Se considerarmos que Goiânia tem 1,5 milhão de habitantes, pouco mais, pouco menos, nem mesmo 5%, ou entre
70 a 80 mil cidadãs e cidadãos, serão providos com a
ajuda, conforme as informações do próprio Paço Municipal, que admite, por exemplo,
a concessão de somente 24 mil
auxílios do Renda Família. É
uma gota de água no oceano,
ainda mais quando se avaliam
as dificuldades para habilitação aos dois mecanismos, que
são muitas. não pagar o IPTU
e receber R$ 300 reais por seis
meses, no final das contas,
chegaria como realidade para
bem menos gente do que o momento de contingência social e
econômica está colocando em
estado de necessidade.

Para que se tenha uma
ideia da mediocridade dos
números da prefeitura, o auxílio emergencial do presidente Jair Bolsonaro alcançou em 2020 66 milhões de filhos da pátria amada ou 32%
dos mais de 200 milhões de
brasileiros.

Não é crível que meramente 5% dos que moram
na capital precisam hoje de
apoio do Poder Público. Porém, já é alguma coisa, melhor do que nada, dirão os espertos burocratas do alto do
Park Lozandes, que trataram
primeiro de salvaguardar o
caixa municipal para garantir a conclusão das obras milionárias iniciadas e não concluídas pelo ex-prefeito Iris
Rezende, espalhadas por todos os cantos da cidade. A
eles cabe advertir que o baixo alcance caracteriza os dois
programas como eleitoreiros
e demagógicos, inventados
sob medida para, mediante
um custo módico, levar para
a população em geral a impressão de que a era da magnanimidade está inaugurada na prefeitura depois dos
anos de falta de sensibilidade
do irismo obcecado pelo cimento e pelo ferro.

Rogério Cruz, à procura
de quem ser, continua sem saber que figurino vestir. O seu
próprio ele deixa em casa
quando sai para dar expediente. Cá entre nós, parece
um menino esforçado que deseja conquistar a benevolência e o afeto de todos. Só que
administrar uma metropolezita como Goiânia exige personalidade forte, liderança
política e capacidade para
inovar. Prefeitos que destoaram desse perfil, como Paulo
Garcia, Pedro Wilson ou Darci Accorsi, perderam-se pelos desvãos da história e hoje
nem são lembrados mais. O
atual, pelo caminho escolhido
até agora, caminha para ser
jogado no limbo antes mesmo
de concluir o seu mandato.
(Especial para O Hoje) 

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