Destino partidário de Lissauer depende de apoio a governo Caiado

Presidente da alego tem poucas possibilidades de seguir no PSB e guardará a janela partidária do 1º semestre do ano que vem para sair | Foto: Reprodução

Postado em: 17-04-2021 às 09h20
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Destino partidário de Lissauer depende de apoio a governo Caiado
Presidente da alego tem poucas possibilidades de seguir no PSB e guardará a janela partidária do 1º semestre do ano que vem para sair | Foto: Reprodução

José Luiz Bittencourt

Eleito deputado estadual e
até hoje filiado ao PSB, um partido de esquerda, capitaneado
em Goiás pelo deputado federal
socialista Elias Vaz, o presidente da Assembleia Lissauer Vieira vive uma incerteza: preparase para candidatar a deputado
federal em 2022, com possibilidade de parar na chapa da reeleição do governador Ronaldo
Caiado como candidato a vice,
mas não sabe ainda por qual legenda correrá atrás desses objetivos. 

A decisão final de Lissauer
Vieira não representa apenas a
solução de uma questão da
sua esfera pessoa de viabilidade eleitoral, mas tem a ver
com o andamento do próprio
governo do Estado.Isso porque
o Palácio das Esmeraldas, embora sem dispor de uma ampla
maioria no Legislativo, conta
com a atuação do chefe do Poder para garantir a chamada
governabilidade, isto é, a capacidade de elencar metas a alcançar e alavancar os meios
institucionais necessários para
chegar até cada uma delas. 

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Alguns condicionantes já
estão colocados desde já. Lissauer Vieira só pode continuar no PSB se a sigla se definir, e logo, pelo apoio à reeleição de Caiado. Elias Vaz já
disse que não tem nada contra
e que pode se alinhar com a
recondução do atual governador desde que fora da base
de apoio do presidente Jair
Bolsonaro. Dá para entender:
cada vez mais, é maior a ojeriza ao capitão que falhou
com as suas responsabilidades
ao se omitir diante das exigências do enfrentamento à
pandemia da Covid-19, em especial ao recursar as ofertas
de fornecimento de vacina
que foram feitas ao Brasil em
agosto de 2020. não pegaria
bem para o PSB. 

O futuro de Bolsonaro depende em grande parte de
Caiado. O governador consolidou a sua liderança nacional
com uma postura firme diante da crise trazida pelo coronavírus e está hoje em condições de transferir prestígio
para o presidente, na reeleição, ainda mais em uma disputa com alguém como o expresidente Lula – o tipo de candidato que alguém como Caiado jamais apoiaria. nesse sentido, a garantia de governabilidade para o Palácio das Esmeraldas, sem a colocação de
obstáculos, papel que Lissauer
Vieira exerce com segurança,
é fundamental para o governador se livrar de eventuais
desgastes capazes de afetar a
sua capacidade de operação. 

Com poucas possibilidades
de seguir no PSB, Lissauer
Vieira aguardará a janela partidária do 1º semestre do ano
que vem para mudar se prefixo partidário. Poderá ir para o
DEM, o que diminuiria as suas
chances de emplacar a vaga de
vice, já que comporia com
Caiado uma chapa puro sangue, ou para o PSD ou para
qualquer outra legenda desde
que não venha a atrapalhar
para a sua candidatura a deputado federal, cotada como
uma das mais certas do Estado até o momento, dada a amplitude das bases municipais
que conquistou, ou enfraquecer a sua condição de presidente da Assembleia 

Lissauer Vieira já deixou
claro, publicamente, que só
seguirá adiante em um partido que tenha identidade absoluta com Caiado e não tenha dúvidas quanto a perfilar
na base do governador, em
2022. O PSD, por enquanto,
não representa esse porto seguro, apesar da vontade do
senador Vanderlan Cardoso,
do deputado federal francisco Jr e do ex-ministro e recém
filiado à sigla Henrique Meirelles, aos quais se contrapõe a indisposição do presidente estadual Vilmar Rocha
para se compor com um velho adversário e a preferência
por uma aliança com o PSDB
do ex-governador Marconi
Perillo, dos grandes partidos
o mais fraglizado e de poder
político dilapidado em Goiás.

De qualquer forma, o rumo
que Lissauer Vieira vai tomar
é mais assunto estratégico de
governo que escolha individual ou mera opção para oportunizar a participação nas eleições de 2022. Sem falar e sem
se acertar antes com Caiado,
ele não vai para lugar nenhum.
E, para onde for, será combinar
o fortalecimento do governo
com a busca por mais de um
mandato no próximo pleito.
(Especial para O Hoje) 

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