Coluna

Congresso aguarda crise para definir sobre eleições

Publicado por: Sheyla Sousa | Postado em: 30 de março de 2020

A líder da bancada federal goiana, Flávia Morais (PDT),
admite que o impacto do isolamento social para conter a pandemia de coronavírus
segue frequente no debate entre deputados e senadores, mas aponta que qualquer
decisão não será tomada tão cedo. Segundo ela, os líderes optaram por esperar a
amplitude do problema para escolher entre três opções: manter a data atual em
outubro, prorrogar em até seis meses ou unificar o pleito municipal com as
eleições gerais, em 2022. “No final das contas o entendimento hoje, até porque
as mudanças acontecem muito rápido, é que é preciso esperar mais uns 40 ou 50
dias para que se possa tomar um posição sobre isso”, afirma. A deputada detalha
que o avanço da doença pode resultar em prazo maior de afastamento social, o
que inviabilizaria as articulações para a votação. O prazo de filiação de
pré-candidatos termina neste sábado (4).

Prioridade

Líder do Centrão, o deputado Arthur Lira (PP/AL) afirma à
Xadrez que o assunto das eleições “ronda” as conversas no Congresso Nacional,
mas que a prioridade por lá “tomar medidas para combater a pandemia”.

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Recursos

“Isso não está na prioridade das discussões. É prioridade
nos municípios, com prefeitos e vereadores. Existem vários projetos sobre
adiamento ou cancelamento do pleito. O mais justo é utilizar o fundo partidário
na saúde”, afirma.

Prazo máximo

Segundo Lira, quem vai definir se vai ou não haver eleições
é a própria pandemia. “Se tivermos um ciclo rápido e cair até julho, teríamos
eleições. Senão fica inviável”.

Em sintonia

O governador Ronaldo Caiado (DEM) postou vídeo em que o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçava o isolamento social e
condenava manifestações pela reabertura do comércio, ao menos por enquanto.

Cutucada

Na legenda, o democrata alfinetou o presidente Jair
Bolsonaro ao escrever que “não é momento para achismos” e que é preciso
“nortear pelo caminho técnico e científico”.

Conflito

O ministro colocou o cargo à disposição durante reunião com
o presidente. Perguntou a Bolsonaro se ele está preparado para ver “caminhões
do exército carregando corpos pelas ruas”. Resultado: continua no posto.

Entorno

Já o presidente foi a Ceilândia (DF) e causou tumulto ao se
encontrar com populares nas ruas. Postou vídeo em que recebe vários pedidos
para retomada dos trabalhos e disse que continua com esforço na Justiça.

Cumpra-se

O Tribunal de Justiça proibiu a realização de protestos de
rua que pedem a revogação de medidas de distanciamento social, decretadas pelo
governo estadual no combate ao novo coronavírus.

CURTAS

– A decisão é do juiz plantonista Adegmar José Ferreira e
atende pedido protocolado pelo Ministério Público Estadual.

– Para o juiz, as manifestações colocam em risco a saúde da
população, já que realizam aglomeração de pessoas.

– A Secretaria de Saúde cancelou compra emergencial de 300
mil testes rápidos (R$38,7 milhões) para o coronavírus.