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sábado, 23 de novembro de 2024
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Cidades

Tarifa de ônibus na Grande Goiânia sobe para R$ 3,70

Reajuste de 12,1% entra em vigor já neste sábado. Novo valor foi calculado com base em critérios como inflação, preço do diesel e salário dos motoristas

Postado em 4 de fevereiro de 2016 por Redação
Tarifa de ônibus na Grande Goiânia sobe para R$ 3
Reajuste de 12

Thiago Burigato

A tarifa do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia passará por ajuste a partir deste sábado (6). Dos R$ 3,30 atuais, o valor aumentará para R$ 3,70. A medida foi anunciada pelo presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Murilo Guimarães Ulhôa, durante entrevista coletiva na tarde de ontem.

O presidente explica que o valor foi decidido pelos membros da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC) com base em fatores como os índices inflacionários, o aumento dos salários dos motoristas e a variação nos preços do diesel e das peças dos ônibus. “Os reajustes são realizados de 12 em 12 meses, normalmente em fevereiro”, pontuou.

Ulhôa reforça que o reajuste, de 12,1% ficou abaixo da inflação acumulada na capital, que foi de 14,18% conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Pelos cálculos da CDTC, a tarifa base do transporte coletivo ficou em R$ 3,74394, mas o valor final foi arredondado para R$ 3,70.

Estratégia

O presidente disse não saber se a população entenderá e acatará as razões do aumento. “Não posso imaginar como a população vai compreender. Estamos seguindo à risca uma exigência contratual”, disse. “Não podemos sair do contrato.”

Questionado se os usuários do transporte coletivo receberão alguma melhoria nos próximos meses, o presidente da CMTC afirmou que “nunca se investiu tanto” no setor. Ele cita como exemplos os três corredores preferenciais implantados em Goiânia, a extensão do Eixo Anhanguera, realizada dois anos atrás, que levou a linha até Goianira, Trindade e Senador Canedo, e a recente implementação de segurança nos terminais e corredores de ônibus da cidade, em parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Ulhôa negou que a CDTC tenha escolhido deliberadamente a implementação do reajuste bem às vésperas de um período em que grande parte da população estará fora da cidade. “Não foi estratégia. Coincidentemente aconteceu de ser na véspera do Carnaval”, declarou.

O último reajuste entrou em vigor em 16 de fevereiro do ano passado. Na ocasião, a passagem custava R$ 2,80 e subiu para os R$ 3,30 em vigor atualmente.

Voto vencido

Ainda na tarde de ontem, o deputado estadual Marlúcio Pereira (PTB), único representante da Assembleia Legislativa na CDTC, emitiu nota afirmando que votou contra o reajuste oficializado. “É inadmissível um reajuste maior que a inflação. Mais uma vez o usuário será sacrificado”, afirmou.

O parlamentar disse que acompanha de perto a rotina da população que depende do transporte coletivo. “As pessoas relatam que os ônibus demoram, estão sempre lotados e os terminais não oferecem segurança.”

Marlúcio ressaltou que vai lutar para oferecer transporte digno aos usuários. “A população precisa ser transportada com mais dignidade, segurança e agilidade. Como membro da CDTC continuarei cobrando um transporte melhor”, declarou. 

Usuários questionam aumento da passagem 

O reajuste do preço cobrado pela passagem no transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia vai pesar R$ 0,40 a mais no bolso do usuário. A notícia não agradou quem depende do serviço para se locomover pela cidade. A estudante de administração Lorena Viera Gonçalves, 21, acredita que o aumento não se justifica quando não há melhoria no serviço. “Já sabemos que não teremos mais ônibus ou mais segurança nos terminais. A qualidade é muito ruim. Sempre falam que reajuste vem com melhorias, mas isso nunca acontece”, lamenta a jovem. 

A opinião da secretária Raquel Soares, 37, é parecida. Ela usa o transporte coletivo para cumprir todos os compromissos sociais e profissionais. “Não recebo vale-transporte e, por isso, os R$ 0,40 sairão do meu bolso. Não acredito que o serviço vá melhorar”, afirma .

Para o comerciante Eurípedes Moreira, 46, o serviço prestado não vale R$ 3,70. “Da última vez que aumentaram a tarifa, prometeram melhorias e isso não aconteceu. Acho que usuário não espera isso mais. Fica mais caro, mas não melhora”, reclama.

O estudante de Educação Física, Celestino Gossler, 23, pega quatro ônibus por dia e paga a passagem em todos, porque a linha que passa no bairro em que ele mora não faz integração em um terminal. “É uma das tarifas mais altas do País e um dos piores serviços. Ficamos sempre esperando que o transporte seja aperfeiçoado, mas geralmente não vemos isso na prática”, contesta. (Karla Araujo) 

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