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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Mundo

Presidente do Haiti deixa poder e pede união para ultrapassar crise

Michel Martelly deixou neste domingo (7) o cargo, após uma crise eleitoral impossibilitar a eleição de um novo chefe de Estado

Postado em 8 de fevereiro de 2016 por Redação
Presidente do Haiti deixa poder e pede união para ultrapassar crise
Michel Martelly deixou neste domingo (7) o cargo

Com o fim do mandato,
o presidente do Haiti, Michel Martelly, deixou neste domingo (7) o cargo. Ele pediu unidade para o país ultrapassar as dificuldades provocadas
por uma crise eleitoral que impossibilitou a eleição de um novo chefe de
Estado.

“Hoje é um dia difícil, mas temos que estar
unidos para enfrentar as dificuldades. Somos um povo corajoso, honrado e com
uma história importante para o mundo”, disse Martelly em sua última ida ao
Congresso Nacional, agora encarregado de nomear um governo provisório.

Na mensagem, Martelly pediu aos haitianos
que abandonem o caminho da violência, que “não leva a nada”, e agradeceu a
missão que lhe foi confiada pelos haitianos em 14 de maio de 2011. “É um
trabalho muito difícil, que realizei com honra. Estou feliz com ele”, declarou.

Martelly acrescentou que a missão de mudar
o país não é fácil, mas tem de continuar “com determinação para um futuro
melhor”. “Desde o terremoto [de janeiro de 2010] que queria servir o meu país.
Cinco anos depois, estou pronto para me apresentar perante o tribunal da
História”, destacou.

O presidente haitiano afirmou ainda ser
necessário “lutar contra a demagogia e o espírito de violência” e disse que não
pretende sair do país. “Não vou a lugar algum. Vou ficar aqui, no meu país”,
declarou. O Executivo e o Parlamento haitianos concordaram no sábado (6) em
formar um governo provisório, com mandato de 120 dias, que deverá organizar
eleições para 24 de abril. O presidente eleito deverá tomar posse em 14 de
maio.

A oposição rejeitou o acordo por não
estarem contempladas as suas exigências, com destaque para a formação de uma
comissão para investigar as irregularidades cometidas no primeiro turno das
eleições, de 25 de outubro do ano passado, e que desencadearam a atual crise.

O segundo turno das eleições presidenciais
estava previsto para 24 de janeiro, mas foi adiado dois dias antes pelo
Conselho Eleitoral Provisório (CEP) por causa da violência no país, que causou
pelo menos quatro mortes.

No primeiro turno, os candidatos que
obtiveram mais votos foram Jovenel Moise, do Partido Haitiano Tet Kale (PHTK,
no poder), e Jude Celestin, da Liga Alternativa para o Progresso e Emancipação
Haitiana (LAPEH, oposição). Celestin recusou participar do segundo turno,
citando graves irregularidades no processo eleitoral.

Os haitianos comemoram
neste domingo o 30º aniversário da queda da ditadura do falecido presidente
Jean-Claude Duvalier. (Agência Brasil)

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