Primeira a desfilar, Estácio leva à avenida enredo sobre São Jorge
O carnavalesco Chico Spinosa gastou cinco anos pesquisando a história do santo para o desfile
Depois de cinco anos pesquisando a história
de um dos santos mais populares do país, o carnavalesco Chico Spinosa viu o
sonho realizado na avenida. Ele comemorou a recepção do público à Estácio de
Sá, escola que abriu o desfile do Grupo Especial neste domingo (7) com um
enredo sobre São Jorge.
“Acho que o Rio de Janeiro é devoto de São
Jorge. Não só os componentes, não só os sambistas. A cidade do Rio de Janeiro
tem por São Jorge como o primeiro”, declarou o carnavalesco após o desfile.
Campeã da Série A, antigo grupo de acesso, no ano passado, a eswcola obteve o direito
de subir neste ano para o Grupo Especial, considerado a elite do carnaval
carioca.
Chiquinho, como é chamado, diz que a
pesquisa sobre o santo deu trabalho, mas compensou. “Passei por tudo em busca
de São Jorge. Viver esta experiência porque também sou devoto. Fiquei muito
feliz em colocar São Jorge abençoando esta avenida para que tenhamos grandes
carnavais”, completou.
Ao ver as arquibancadas populares da Praça
da Apoteose, área de dispersão das escolas, aplaudindo e cantando o samba com a
bateria ele ficou com os olhos cheios de água. “É muito bom. A gente fica
emocionado. Estou voltando. Passei muitos anos fazendo carnaval em São Paulo e
o que estou sentindo é que o Rio de Janeiro ainda me recebe de braços abertos”,
ressaltou.
O ator e diretor Jorge Fernando chegou
emocionado à Praça da Apoteose. Devoto de São Jorge, disse que poder
representar o santo na abertura do desfile não teve preço. “Aprendi a ser
devoto com a minha mãe. Nasci no mês de Jorge. Estou muito feliz. Teve uma
energia muito forte”, destacou.
Problema no abre-alas
A Estácio de Sá entrou na avenida com a
força da torcida no Setor 1 da arquibancada popular, mas logo os torcedores da
escola ficaram apreensivos. O carro abre-alas, Berço da Civilização, que
representava a Capadócia (região onde nasceu São Jorge), teve um problema na
acoplagem das duas partes que compunham a alegoria e não andava.
As primeiras alas já iam no setor seguinte,
enquanto a turma da força que são empurradores de alegorias tentava resolver o
problema. O motorista Cláudio Luiz disse que tiveram que trocar o pino que
juntava as duas partes por uma corrente. “Aí ele atravessou a avenida toda sem
problema. Foi só trocar”, disse.
Ao ver que o trabalho deu certo, Cláudio,
empurrador de carros da escola há 22 anos, comemorou o dever cumprido. “Temos
que ter um plano B”, ressaltou. “Venho [ao sambódromo] só na Estácio. Sou
estaciano. Sinto que é uma
responsabilidade ter de empurrar o carro para ele chegar certinho no fim”,
acrescentou Cláudio, empurrador de carros da Estácio de Sá há 22 anos. (Agência
Brasil)
Foto: Foto: Gabriel Santos/ RioTur (Fotos Públicas)