Confirmados dois casos de Guillain-Barré em Anápolis
A síndrome apresenta leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou quadro raro de paralisia total dos quatro membros
Flaviane Barbosa
Na última segunda-feira (15), dois homens deram entrada no Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT), com suspeita de Síndrome de Guillain-Barré. O idoso de 68 anos e o rapaz de 29 foram internados após sentirem uma espécie de fraqueza muscular. De acordo com a assessoria do hospital, até o momento, o jovem teve confirmação da síndrome e apesar dos sintomas, o estado dos dois é estável e conversam normalmente.
O Zika vírus pode ser um dos fatores que desencadeia a síndrome, já que o jovem tem um histórico epidemiológico relacionado com o caso Zika.
Os dois foram submetidos a exames necessários para confirmar ou não se a doença está ligada ao vírus, transmitido pelo Aedes Aegypti, para descobrir a real causa da doença. Os exames serão analisados pelo Laboratório Central (LaCen) em Goiânia. Depois da análise, serão enviados ao Instituto Evandro Chagas no Estado do Pará. O centro de análises tem vínculo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. O resultado dos exames ficarão prontos em 60 dias.
Histórico
Na região Nordeste, 121 casos de manifestações neurológicas e da síndrome de Guillian-Barré foram notificados com histórico de alguma doença infecto-contagiosa entre janeiro e julho do ano passado.
O médico infectologista, Boaventura Braz, explica que a doença consiste em uma flacidez muscular progressiva que afeta inicialmente os membros inferiores. Normalmente o primeiro sintoma que identifica a doença é a perda da capacidade de locomoção e é importante que o paciente procure com mais rapidez possível tratar dos primeiros sintomas. Geralmente, o paciente portador da síndrome, teve um quadro viral antecedente à doença, mas essa informação não pode ser confirmada porque nem sempre o paciente se lembra que teve uma infecção. Não existe prevenção da doença, pois ela é autoimune.
Quando diagnosticado, o paciente é internado e medicado e o tratamento geralmente dura de três a quatro semanas no hospital. Depois, os cuidados podem se estender a outros procedimentos como a fisioterapia.
Força-tarefa
Se confirmado a ligação da síndrome com o Zika vírus, essa será mais uma doença ligada ao mosquito Aedes Aegypti que tem sido alvo de uma mobilização nacional.
No Estado de Goiás, a Secretaria de Saúde (SES) iniciou em dezembro uma força-tarefa junto com o Corpo de Bombeiros e as prefeituras municipais, que consiste na vistoria realizada uma vez por mês em todos os imóveis residenciais e comerciais do estado. Mais de um milhão de imóveis foram vistoriados e a ação acabou virando referência para o Ministério da Saúde.
A segunda etapa que se iniciou no começo do mês de fevereiro teve 316 mil imóveis vistoriados em duas semanas de ação. Nesta fase também é realizada a remoção de entulhos além da limpeza de riachos, córregos e bueiros.
Segundo dados da SES, em 2016 foram notificados 90 casos de chikungunya, nenhum confirmado e 98 casos de Zika, sendo oito confirmados e um descartado. Os casos de dengue chegaram a 19.638 até o dia 6 de fevereiro, refletindo em um aumento de 63% com relação ao mesmo período do ano passado.