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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Cidades

Poder público procura novo local para o Wasily Chuc

Estado e município se unem para manter a unidade aberta, mas estão com dificuldades para achar novo local com estrutura apropriada

Postado em 21 de fevereiro de 2016 por Redação
Poder público procura novo local para o Wasily Chuc
Estado e município se unem para manter a unidade aberta

Thiago Burigato

No ano passado, o pronto-socorro psiquiátrico Wasily Chuc, a principal referência em termos de atendimento psiquiátrico emergencial de Goiás, esteve prestes a fechar as portas. O fim de sua operação chegou a ser anunciado pelo secretário  municipal de Saúde Fernando Machado. No entanto, a imprescindibilidade da unidade impediram seu encerramento.

O Wasily há muito tempo está envolto em polêmicas. De tempos em tempos surgem denúncias de más condições da instalação e mesmo maus tratos contra pacientes. Justamente para averiguar essa situação, em junho de 2015, a então presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Mônica Araújo, foi até o local com outros integrantes do grupo.

A situação que encontrou  foi qualificada, por ela, como “caótica”. “A infraestrutura do local é quase zero. Tinha pisos e paredes quebrados e fios soltos na recepção, o que representa um risco não só para os pacientes com distúrbios mentais, mas também para os funcionários”, conta.

Em seu relatório, Mônica frisou que, apesar das péssimas condições de trabalho, destacava-se a boa vontade dos funcionários em cuidar dos pacientes e manter o bom estado da unidade. “Quando chegamos, não tinha gerente para o pronto-socorro, mas um funcionário que já tinha sido exonerado para outra unidade,atendeu-nos ”, diz.

Segundo ela, devido à falta de medicações, os funcionários aplicavam doses menores que as recomendadas aos pacientes. Alguns deles estavam amarrados, mas a então presidente não viu indícios de maus tratos por conta disso. “Eles explicaram que era por uma medida de contenção, que não ficariam daquela forma por mais de três dias e seriam encaminhados a um hospital”, esclarece.

Conforme o relatório de Mônica, os funcionários da unidade relataram falta de recursos para desenvolverem seus trabalhos e disseram não receber auxílio insalubridade ou periculosidade, apesar de haver histórico de profissionais agredidos por pacientes. “Na maioria das vezes os funcionários levam produtos de higiene pessoal de casa para os internos.”

Mesmo nessas condições, a OAB-GO foi contra a proposta de interdição da unidade. O principal motivo é a falta de uma alternativa de atendimento para aqueles que precisam.

Procura por novo local

A Prefeitura de Goiânia está ciente dos problemas da unidade. E também de sua imprescindibilidade. Por isso, com o apoio da OAB e do Ministério Público de Goiás (MPGO) fechou um acordo com o governo de Goiás para que este se responsabilize pelo aluguel de um novo espaço, mais adequado.

“Há seis meses procuramos um imóvel que comporte a estrutura do Wasily, que é uma unidade de 40 leitos”, explica a diretora de Redes Temáticas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Mirlene Guedes. “Hoje a unidade possui uma estrutura física precária. O proprietário não manifestou interesse em reformá-la”, diz.

Mirlene relata que vários imóveis já foram analisados e poucos são os aptos a receber o pronto-socorro. Mesmo naqueles em que a transferência seria possível, há dificuldade no momento de fechar o contrato. “Já identificamos vários imóveis, mas é um trâmite complicado. Quando o proprietário fica sabendo que é para o município ou Estado ele não quer alugar.”

Atualmente, os dois entes têm em vista um novo imóvel que possa acolher os pacientes. “Agora há prédio que o Estado já está fazendo visita técnica. Esperamos que em breve consigamos fazer a transferência dessa unidade específica”, declara Mirlene. Apesar disso, ela prefere não arriscar uma previsão para a possível mudança. “É muito difícil determinar prazos dentro do serviço público. Hoje não consigo determinar um prazo, porque há questões que estão além da nossa alçada”, conclui.

 

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