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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Essência

Casa menos vulnerável

Violência tem exigido investimento cada vez maior na segurança das residências, mas antes de construir ou reformar é preciso ficar atento a algumas orientações que ajudam a prevenir roubos

Postado em 25 de fevereiro de 2016 por Redação
Casa menos vulnerável
Violência tem exigido investimento cada vez maior na segurança das residências

Grades com lanças pontiagudas, muros altos, cercas elétricas, câmeras de segurança, cães ferozes, vigilantes particulares, rondas ostensivas, segurança armada, equipamentos eletrônicos de última geração… São tantos os aparatos de proteção a casas e prédios criados para garantir a segurança dos lares frente à constante sensação de medo e aos assustadores índices de violência, que boa parte do orçamento das uma famílias que mo­ram na Região Metropolitana de Goiânia vai para assegurar que os criminosos fiquem bem longe das resiências. Mesmo assim, nada parece deter a ousadia dos bandidos.

Então, o que fazer para deixar uma residência ou um condomínio mais seguro? Para o arquiteto e urbanista Paulo Renato, nem sem­pre toda a parafernália tecnológica pode ser a melhor opção. O especialista dá algumas dicas para dificultar o acesso de criminosos ao interior do imóvel, que dispensam altos investimentos em segurança e passam apenas por medidas simples e que às vezes custam quase nada, a não ser a contratação de um bom projeto arquitetônico. 

Como exemplo, Paulo sugere que as pessoas deem preferência a fachadas protegidas com grades ou mesmo com um vidro de segurança. “ O uso da grade de ferro é melhor que o muro convencional de alvenaria, porque ela possibilita uma vigilância natural e mais fácil do imóvel, uma vez que facilita a visualização de qualquer movimentação estranha na rua para quem está dentro da residência, e também permite que um vizinho ou mesmo a polícia – em uma eventual ronda no local – veja qualquer movimentação estranha na casa, como o andamento de algum assalto”, explica.

De acordo com o arquiteto, o uso do vidro laminado, ou “muro de vidro”, é uma opção ainda melhor, pois ele é mais difícil de ser escalado do que um muro convencional ou as grades, já que possui uma superfície lisa e não tem pontos que podem servir de apoio para alguém subir. Sem falar que o vidro também tem a vantagem da fácil visualização da movimentação dentro e fora do imóvel.

Paulo Renato cita outro detalhe corriquei­ro, ao qual as pessoas não prestam muita a­tenção, mas que pode facilitar a entrada de bandidos em uma casa. “Junto ao muro frontal das residências é comum haver caixas de relógio para medição de água e energia, que acabam servindo como um degrau para os invasores. Procure instalar esses equipamentos embutidos no muro”, lembra.

Portas

Outra dica do arquiteto é investir um pouco mais no imóvel e usar portas de madeira maciça ao invés daquelas com estrutura oca, pois apesar de mais baratas, podem ser facilmente arrombadas. “Use, pelo me­nos nas portas que dão acesso à área externa do imóvel, portas de madeira maciça que são bem mais difíceis de serem arrombadas”, orienta o arquiteto.

Além disso, Paulo Renato recomenda evitar o uso vidros que acompanham o portal (uma espécie de vitrô lateral). “Apesar de muita gente achar bonito esteticamente, esse vidro, quando colocado ao lado da fechadura, pode ser quebrado e o invasor tem acesso facilitado às chaves do imóvel. Se for usar os vidros, prefira usá-lop apenas do lado onde não está a fechadura”, diz.

Quintal mais seguro

Outra dica simples que não custa nada é não deixar expostos no quintal da casa itens que podem facilitar a fuga de um bandido no caso de uma situação de furto, como escadas de manutenção, banquetas, caixotes, cadeiras velhas ou qualquer coisa que sirva de apoio para o criminoso pular de volta o muro ou a grade da casa carregando algum pertence.

“Muito cuidado também para quem tem em seu quintal árvores e plantas de arbustos muito volumosos. Elas não podem estar perto de janelas porque podem servir de esconderijo para um invasor que pulou o muro de sua casa. As árvores e arbustos não podem atrapalhar a visibilidade completa do quintal. En­tão, procure sempre podar a parte inferior des­sas plantas”, sugere o especialista.

Edifícios

No caso de edifícios e condomínios horizontais a sugestão do arquiteto é investir em um bom sistema de monitoramento por câmeras, dentro e fora do prédio, para registrar tudo o que ocorre nos arredores do condomínio, com comunicação instantânea destas informações à equipe de vigilância em tempo real, o que, segundo o arquiteto, já é comum nos novos empreendimentos.

Prevendo esse cenário de insegurança os novos empreendimentos já adotam mudanças que vêm sendo cada vez mais comuns em prédios novos da capital. Um exemplo são as guaritas. Se antes elas ficavam voltadas para a rua, para que o porteiro percebesse qualquer sinal de perigo; hoje essa estrutura do prédio fica camuflada, blindada e em posição mais discreta e estratégica, que inclusive expõe menos o por­teiro. A mudança possibilita que esse profissional, que é também um vigilante, visualize com segurança o que está acontecendo e aci­o­ne a polícia, caso necessário.

Garagem de emergência

Paulo Renato explica que já existem recursos bem modernos para se diminuir a vulnerabilidade em prédios e condomínios horizontais, como a tecnologia do “botão de pânico”, cujo acionamento é por controle remoto pelo morador, dentro do carro, para abrir o portão. Ao acioná-lo, este será aber­to normalmente, mas um sinal será emitido para o vigilante, informando que algo está errado. Em condomínios horizontais, este sistema já é feito por biometria. Em prédios, o ideal é o uso do controle remoto do portão. Assim, não há necessidade de o usuário abrir o vidro do carro que, por si só, já o coloca em risco. 

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